De acordo com o Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), não será necessário vacinar toda a população chinesa. O principal objetivo será, antes, prestar especial atenção aos trabalhadores da linha de frente, como os médicos, e as populações de alto risco que são mais suscetíveis a contrair a Covid-19.
Segundo a agência de notícias China News Service, citada pela CNN, Gao Fu, diretor do CDC, disse que “desde que a primeira onda de Covid-19 apareceu em Wuhan, a China já sobreviveu ao impacto da Covid-19 várias vezes”. Por esta razão, o diretor considera que não há necessidade de vacinação em massa. No entanto, admite que a situação se pode reverter se a China assistir a outro surto grave.
Apesar de se terem verificado alguns surtos desde o mês de maio, o número de casos na China permaneceu muito baixo. Gao Fu destaca a eficácia das medidas de contenção, incluindo o confinamento e a realização de um grande número de testes à Covid-19. Reforça, ainda, que os médicos, os cidadãos chineses que trabalham no exterior e as pessoas que trabalham em ambientes de alto risco de contágio, como restaurantes, escolas e serviços de limpeza, deverão ser os primeiros a ser vacinados.
A busca por uma vacina na China
Numa altura em que a corrida global pela busca uma vacina de combate à Covid-19 se intensifica a cada momento, a China continua a ser um dos países que tem feito mais esforços para a encontrar.
O país é o maior produtor e consumidor mundial de vacinas. Das mais de 30 que estão a ser testadas atualmente em todo o mundo, a China detém nove, um número bastantes significativo em relação aos demais países. Além disso, quatro dessas nove vacinas estão a ser desenvolvidas por empresas chinesas e os avanços são notórios: é o caso de uma vacina em spray nasal, criada pela Universidade de Hong Kong, cujo início dos testes à sua eficácia já foi aprovado.
Mas, apesar dos esforços, o presidente do CDC já tinha alertado para o facto de que a descoberta de uma vacina eficaz ainda requer muito trabalho, até porque acarreta alguns riscos, como é o caso dos possíveis efeitos secundários. “Uma vez que nunca houve uma vacina Covid-19 antes desenvolvida, o que torna este caso o primeiro na ciência, é possível que ela possa induzir efeitos ADE (realce dependente de anticorpos) como qualquer outra inovação que possivelmente enfrentaremos”, afirmou, de acordo com o Global Times.