Todos os dias ouvimos que estão a ser realizados vários testes com diferentes tipos de medicamentos em pacientes com Covid-19. Mas que medicamentos são esses e qual a diferença entre eles? Estes seis tratamentos são os que, aparentemente e até à data, estão a ter resultados mais eficazes e notórios nos pacientes infetados com condições mais graves.
1 – Dexametasona
Este medicamento é utilizado no tratamento de várias doenças. Foi desenvolvido há 60 anos e, como não é patenteado, é um medicamento barato. A Dexametasona foi responsável pelo tratamento de um em cada oito pacientes que necessitavam de ventiladores, segundo um estudo da Recovery fundamentado pela Universidade de Oxford. Os resultados foram anunciados em meados de junho e o medicamento agora é o tratamento padrão para os pacientes mais graves.
Os dados deste tratamento são confiáveis porque têm como base o maior ensaio clínico de tratamentos de Covid-19 do mundo, envolvendo quase todos os hospitais do Reino Unido.
2 – Plasma convalescente
Este tratamento passa pela administração, a doentes que ainda estejam a lutar contra a infeção, de plasma sanguíneo obtido do sangue de pessoas que já recuperaram da Covid-19. O objetivo é que esses doentes consigam usar os anticorpos desenvolvidos pelos pacientes já recuperados.
Embora o plasma convalescente tenha sido usado com sucesso para tratar outras doenças, a maioria dos especialistas ainda afirma que não há evidências suficientes nos testes sobre como funciona e em que pacientes.
3 – Remdesivir
O Remdesivir é um dos tratamentos mais conhecidos e já está a ser utilizado em Portugal. É um medicamento fabricado pela empresa norte-americana Gilead Sciences, originalmente idealizado para tratar a hepatite C, contra a qual se revelou ineficaz, passando, então, a ser reaproveitado para o Ébola. Na Covid-19, parece encurtar o tempo médio de internamento hospitalar de 15 para 11 dias, mas não está claro se tem um efeito dramático na redução de mortes.
4 – Tocilizumab
Quando o sistema imunológico responde ao coronavírus, pode causar inflamação. O Tocilizumab, normalmente utilizado para tratar a artrite reumatóide, é administrado porvia intravenosa para bloquear a proteína inflamatória IL-6.
Os pacientes que receberam o tratamento durante o surto de Covid-19, em Itália, em março, tinham menos probabilidade de necessitar de ventilação ou até de morrer. Mas os números desta análise são relativamente pequenos e este era um estudo observacional.
5 – Comprimidos para a pressão arterial
Os cientistas acreditam que as pessoas que tomam medicamentos para controlar a pressão arterial fariam bem em mantê-los depois de estarem infetados. Um artigo da University of East Anglia descobriu que o risco de doença ou morte por Covid-19, para pessoas com pressão alta era significativamente menor continuassem a tomar estes comprimidos. Isto não significa que estes medicamentos sejam úteis para qualquer pessoa com infeção por coronavírus que não sofra de hipertensão.
6 – Interferon beta inalado
Um pequeno estudo de cientistas da Universidade de Southampton sugere que um inalador contendo Interferon beta, usado para tratar a esclerose múltipla, pode ser eficaz. Os investigadores que formaram uma empresa para o produto em 2004, desenvolveram um teste a apenas 101 pacientes de 9 hospitais. Aqueles que foram medicados deixaram o hospital mais cedo e tinham maior probabilidade de se recuperar, mas os dados não foram publicados na íntegra. São necessários ensaios maiores.