A empresa de biotecnologia Moderna apresentou esta quarta-feira, 26, os resultados preliminares dos ensaios clínicos em adultos mais velhos da vacina mRNA-1273 contra o SARS-CoV-2 ao Comité de Aconselhamento de Práticas de Imunização do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças norte-americano. Esta é uma das vacinas contra a Covid-19 que se encontra numa das fases mais avançadas de investigação.
O laboratório norte-americano, em comunicado enviado, refere que os resultados em adultos mais velhos parecem ser semelhantes aos dos mais jovens.
A dose de 100 microgramas que está a ser testada (na Fase 3) gerou uma resposta imunitária comparável entre as pessoas com idades entre os 56 e 70 anos e, também, mais de 71 anos, como as que já foram registados nos adultos entre os 18 e os 55 anos.
Os níveis de anticorpos criados foram comparados com os de doentes já recuperados, sendo que os três grupos etários de doentes (18-55 anos, 56-70 e mais de 71) apresentaram, quase dois meses depois da vacina, anticorpos entre os 242 e os 324, enquanto os recuperados tinham 109.
Os resultados devem ser lidos com as devidas cautelas. Tal Zaks, diretor científico da Moderna, disse em entrevista ao El País que podem “ser necessárias duas doses”, além de que “é realmente importante, para nós laboratório e para a sociedade, perceber o perfil de segurança e os efeitos secundários antes de começarmos a vacinar as pessoas”. Zaks não acredita que algum Governo venha a tornar a vacinação obrigatória e deixou um alerta: “se começarmos a vacinar as pessoas, temos de o fazer com a consciência que nenhuma vacina é 100% eficaz. Algumas pessoas vão adoecer apesar da vacinação. Como é que eu tenho a certeza que estas pessoas não pioraram por causa da minha vacina? As pessoas podem começar a dizer: ‘deram-me a vacina e agora estou doente. Foi a vossa vacina que me fez adoecer.’ Isto não é científico, mas temos de ter dados que nos permitam também explicar isto, uma vez que somos os promotores do ensaio.”