Apesar de ter havido um surto de covid-19 no recinto de construção do complexo industrial, na Península de Afungi, a situação foi dada como resolvida no início deste mês e a área será palco de uma visita do ministro dos Recursos Minerais e Energia esta sexta-feira.
Nem a pandemia nem os ataques armados na região em redor do investimento comprometeram a meta: a Total mantém o ano de 2024 como prazo previsto para iniciar a produção naquele que é o maior projeto de investimento em curso em África.
O que mais mudou neste último ano foi o preço do barril de petróleo, uma das variáveis em que assenta a sustentabilidade do projeto, que caiu para cerca de metade.
Os cenários base para os três projetos de gás, localizados na bacia do Rovuma, norte de Moçambique, foram feitos a partir do pressuposto de que o barril de petróleo (brent) esteja “entre 45 e 60 dólares”, consoante o projeto, referiu o presidente do Instituto Nacional de Petróleo (INP).
Há um ano estava na casa dos 60 dólares, mas após o impacto da covid-19 está em cerca de 40.
Zacarias referiu, no entanto, que os projetos moçambicanos só deverão entrar em plena produção a partir de 2023, no caso do projeto Coral Sul, e 2025, para o projeto da Área 1.
Na altura, “os preços deverão estar a esse nível [dos cenários base respetivos] para o projeto ser sustentável”, sublinhou, acrescentando que o preço do petróleo é apenas uma das variáveis que vai definir o valor da riqueza em que se depositam as maiores esperanças para o desenvolvimento de Moçambique na próxima década.
Zacarias falava aos jornalistas em Pemba, capital da província de Cabo Delgado, onde as autoridades governamentais iniciaram hoje um encontro de dois dias com o consórcio da Área 1 de exploração de gás natural em Moçambique, liderado pela Total.
A decisão final de investimento na Área 1 foi anunciada há um ano durante uma cerimónia em Maputo em que participou o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, numa altura em que o projeto ainda era liderado pela petrolífera norte-americana Anadarko – que venderia a participação à Total em setembro.
A petrolífera francesa lidera o consórcio com 26,5%, ao lado da japonesa Mitsui (20%) e da petrolífera estatal moçambicana ENH (15%), cabendo outras participações à indiana ONGC Videsh (10%) e à sua participada Beas (10%), à Bharat Petro Resources (10%), e à tailandesa PTTEP (8,5%).
LFO // JH