Os doentes infetados com Covid-19 são mais suscetíveis a desenvolver coágulos sanguíneos fatais e a formação deste coágulos tem-se verificado até mesmo nos pacientes que recebem anticoagulantes. Os investigadores viram-se agora para um tratamento, uma molécula designada como TRV027, na esperança que equilibre duas hormonas que controlam a pressão arterial e afetam os vasos sanguíneos.
O estudo vai ser realizado pelo Imperial College, em Londres, e a ideia é que a molécula impeça que o sangue se torne demasiado viscoso, fator que conduz à formação de coágulos que podem ser letais, podendo mesmo chegar a atingir outros órgãos como os pulmões, o cérebro, o coração ou os rins.
A TRV027, cuja descoberta recebeu o Prémio Nobel de Química em 2012, ajuda, sobretudo, a repor o equilíbrio entre a angiotensina II e a angiotensina 1-7. Assim, os peritos acreditam que o medicamento pode auxiliar na diminuição das complicações cardíacas causadas pelo vírus da Covid-19. Para além disto, tem propriedades eficazes na cura de lesões pulmonares que contribuem para a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo, condição que conduz ao agravamento dos sintomas da infeção com o Sars-CoV-2.
Numa primeira fase, o tratamento será testado em alguns hospitais do Reino Unido, e contará com a participação de 60 pacientes: uns que testaram positivo para a Covid-19, e outros apenas suspeitos. Durante uma semana, serão analisadas todas as alterações nos níveis sanguíneos dos participantes, especialmente nos períodos mais críticos em que os sintomas pioram significativamente.
O projeto inclui a presença de especialistas em diversas áreas da saúde como a patologia, a virologia, a farmacologia e as doenças cardíacas e circulatórias.