Nem só a tossir a espirrar se transmite o novo coronavírus. Novos estudos, efetuados com feixes de raios laser altamente sensíveis, indicam que as gotículas emitidas quando falamos, contaminadas com Covid-19, podem ficar suspenso no ar em ambientes fechados entre 8 até 14 minutos. Partículas estas que poderão ser facilmente inaladas caso outra pessoa passe ou fique no mesmo espaço físico.
O estudo foi divulgado esta semana na “The Proceedings of the National Academy of Sciences” dos Estados Unidos da América, e amplamente citado nos meios de referência norte-americanos, porque vem reforçar a ideia de que, para evitar a propagação da doença, as máscaras deverão ser presença permanente nos contactos sociais. Este estudo, que ainda terá mais desenvolvimentos em condições fora do laboratório, vem também indiciar que a necessidade de uso de máscara é sobretudo importante em zonas fechadas como lojas, mas também escritórios, lares, cruzeiros e outros espaços confinados, onde a deslocação de ar e das partículas potencialmente contaminadas é menor. “Essas observações confirmam que há uma probabilidade substancial de que falar normalmente possa causar transmissão de vírus no ar em ambientes confinados”, pode ler-se na conclusão.
“Há muito tempo se reconhece que os vírus respiratórios podem ser transmitidos por gotículas geradas pela tosse ou espirros. É menos conhecido que a fala normal também possa produzir milhares de gotas de fluido oral com uma ampla distribuição de tamanho”, dizem estes investigadores. Os mesmos especialistas estimaram que um único minuto de fala em voz alta poderia gerar pelo menos 1.000 gotículas contaminadas.
Outros estudos anteriores já tinham concluído que tossir pode levar à emissão de 3000 partículas de saliva e muco, que pode conter centenas de milhões de vírus se alguém estiver contaminado. Já espirrar pode mesmo gerar 40 mil gotículas.
A velocidade de uma gota em queda escala como o quadrado do seu diâmetro. Uma vez no ar, as gotículas geradas pela fala desidratam-se rapidamente devido à evaporação, diminuindo de tamanho e retardando sua queda, mantendo-se assim no ar. Quanto maior o volume inicial da gotícula, maior a probabilidade de conter algum tipo de vírus.
O que ainda os cientistas não sabem ao certo é que quantidade de moléculas de vírus são necessárias para contaminar um ser humano.