“É uma coisa tão simples de fazer e vemos melhoras significativas. Quando vemos que funciona queremos fazê-lo mais vezes e vemo-lo funcionar quase imediatamente”, garante, citada pela CNN, Kathryn Hibbert, diretora da unidade de cuidados intensivos o Hospital de Massachusetts.
Uma das causas de morte provocadas pela Covid-19 é a síndrome de dificuldade respiratória aguda (SDRA), que também se vê em casos de gripe, pneumonias não relacionadas com o coronavírus e outras doenças. Há sete anos, um estudo publicado no New England Journal of Medicine dava conta de que pacientes com aquela síndrome e a necessitar de ventilador tinham menos probabilidades de morrer se fossem deitados de bruços. A explicação é simples: a posição ajuda a aumentar a quantidade de oxigénio que chega aos pulmões.
A CNN conta o caso de um homem de Long Island, na casa dos 40 anos, infetado com o coronavírus e em estado grave, que estava prestes a entrar nos cuidados intensivos, com uma saturação de oxigénio de 85 por cento. Ao ser colocado de barriga de baixo, essa medida de oxigénio no sangue aumentou para 98 por cento.
Quando os pacientes estão deitados de costas, como tradicionalmente acontece num internamento hospitalar, algumas partes dos pulmões sofrem o efeito do peso do corpo. “Ao colocá-los sobre a barriga, estamos a abrir partes dos pulmões que estavam fechadas”, explica Hibbert.
A técnica tem, no entanto, um senão: implica, no caso de doentes ventilados, mais sedação (pelo desconforto de passar cerca de 16 horas por dia naquela posição – o tempo recomendado), o que, por sua vez, pode implicar passar mais tempo nos cuidados intensivos. No caso de um paciente não sedado e internado fora dos cuidados intensivos, no Massachusetts General, a prática é tentar que passem, pelo menos quatro horas de bruços, divididas em dois períodos.