Foi um início de semana muito especial na região chinesa no epicentro da pandemia que tomou conta do planeta: está sem casos novos por transmissão interna. Deu inclusive alta hospitalar a cerca de mil pacientes. O momento foi assinalado por uma série de imagens da despedida das equipas médicas que reforçaram a assistência hospitalar local.
Em toda a provincia de Guizhou, ali ao lado de Hubei e da sua agora famosa capital Wuhan, a população empenha-se agora para entrar na fase pós-Covid-19. Depois de imenso suor, algum sangue e muitas lágrimas. No domingo, depois de todo o país registar apenas 16 novas infeções, e apenas quatro em toda a Hubei, passou a ser considerada livre de Covid-19. Mais de mês e meio de isolamento, as perto de 2500 escolas do ensino secundário da província de Guizhou, na China, voltaram a abrir portas. Cerca de um milhão de alunos regressou às aulas. Mas com todas as cautelas.
Uma lição muito especial
“Os estudantes são divididos em atividades diferentes e em horários diferentes para evitar novos focos de infeção”, explicou uma professora de um colégio local à Euronews. O dispositivo de segurança não fica por aqui: além da desinfeção de todo o equipamento está também previsto o controlo da temperatura corporal repetido ao longo do dia. Nos dormitórios, para os alunos internos, está implementado uma medição por infravermelhos. Ou seja, não é necessário o contacto com o aluno. Além disso, cada sala de aulas pode receber, no máximo, 30 estudantes. Os autocarros escolares transportam grupos pequenos, de forma a assegurar a distância de segurança. Professores, funcionários e alunos mantêm a máscara, distribuída gratuitamente. Há rotas designadas para as salas de aula. As refeições passaram também a ser servidas individualmente.
A mensagem é clara: é preciso continuar a evitar a multidão e manter a etiqueta respiratória dos últimos tempos quando se está em público. “Demoro mais tempo a chegar à minha mesa. Mas sinto-me mais seguro e menos ansioso”, assumiu Mao Yongli, estudante da Escola No.6 de Guiyang, capital da província, ao China.org.
E lições sobre prevenção de epidemias e exercícios de emergência estavam entre as atividades prioritárias da escola no primeiro dia. “Para que a educação offline continue a ser segura para os estudantes”, assinalou Zhou Jin, chefe do departamento de educação local, depois de também por ali todos se terem empenhado em manter aulas virtuais.
Quarentena…só para quem vem de fora
Agora, ironicamente, a preocupação das autoridades são os casos importados. Entre os 16 novos casos registados nos últimos dias no país, 12 eram pessoas que viajaram para a China recentemente. Perante este cenário, a China, berço da epidemia, alterou o alvo da contenção. Desde o início desta mesma semana que está imposta uma quarentena de 14 dias às pessoas que chegam de fora. Ate agora dirigia-se apenas para domicílios. Agora, após a chegada, os passageiros submetem-se a uma série de exames médicos. Depois, são obrigados a ficar em hotéis designados pelas autoridades. E têm de pagar os custos da quarentena.