Anda a circular pelo mundo, em várias línguas, uma lista de supostos conselhos para combater o novo coronavírus. De entre as afirmações falsas, atribuídas à Unicef, recomenda-se a opção por comidas quentes em detrimento de gelados e refeições frias. A organização internacional de apoio às crianças já veio desmentir a desinformação, apelando a que se interrompa a partilha de textos com origem misteriosa.
Além da preferência por comida quente, com a justificação de que esta “mata o vírus”, também se fala em água exposta à luz solar, como forma de a descontaminar, ou gargarejos com água salgada. Tudo sem qualquer fundamento. A dimensão da partilha foi tal que a Unicef publicou um esclarecimento no site. “Muitas pessoas estão a partilhar informação acerca do vírus e sobre a forma de nos protegermos contra ele. No entanto só uma parte da informação é útil e de confiança. A desinformação em períodos de crise de saúde pode espalhar paranoia, medo e estigmatização. Também pode deixar as pessoas desprotegidas e mais vulneráveis ao vírus.”
A mensagem atribuída à Unicef, indicando, entre outras coisas, que se deve “evitar os gelados e outras comidas frias é, obviamente, totalmente falsa. “
Para os criadores destas falsidades, a Organização tem apenas uma mensagem: “PAREM”. “Partilhar informação errada e tentar dar-lhe credibilidade associando-a a entidades credíveis é perigoso e errado”, escreve-se no comunicado.
Desde o início desta epidemia que as notícias falsas têm viajado mais rapidamente do que o próprio vírus, apesar dos esforços das organizações e até dos media. O conselho que continua a valer é como recomenda a Diretora Executiva, Charlotte Petri Gornitzka: “aos membros do público pedimos que procurem informação precisa, em fontes credíveis, sobre a forma como poderá manter-se a si e à sua família em segurança”. A Unicef, a Organização Mundial de Saúde ou as autoridades de saúde locais, como é o caso da Direção-Geral da Saúde, são alguns dos exemplos para que não seja enganado.