Não há cura e ainda não surgiu a vacina contra o novo coronavírus. Mas há uma certeza: a infeção não se combate com óleos nem com chás de ervas. Mais rápida do que a propagação do vírus tem sido a difusão de boatos relacionados com a prevenção e o tratamento da pneumonia com origem na China. Isto levou a que a A Organização Mundial de Saúde tenha dedicado uma rubrica sobre os mitos mais comuns, no canal dedicado ao surto. Um alerta semelhante está a ser feito pelo site de promoção da Medicina Baseada na Evidência, da responsabilidade de um grupo de médicos americanos, o Science Based Medicine.
Em alguns países são as próprias autoridades governamentais as responsáveis pela partilha de informação falsa, como é o caso da Índia em que, a par de medidas de higiene, também se recomenda a toma de uma substância à base de arsénico, que além de nada fazer contra o vírus pode tornar-se tóxico.
Noutros casos, são os sites dedicados à promoção da homeopatia e outras terapêuticas alternativas que põem os mitos a circular, chegando mesmo a incentivar as pessoas a confiar mais nos produtos homeopáticos do que nas máscaras e luvas de proteção. “Se ainda não é um utilizador de homeopatia esta é a altura certa para se juntar”, escreve-se num dos sites em que se proclama os efeitos benéficos deste tipo de produtos no combate à gripe espanhola, a pandemia de 1918 que matou 50 milhões de pessoas.
Uma das recomendações mais perigosas é a que incita as pessoas a tomarem uma solução de lixívia para combater o vírus. Apesar dos alertas do Centro de Controle de Doenças, e do alegado esforço da Google, do Facebook e do Twitter para conter a desinformação, continua a haver referências ao suposto remédio por parte de criadores de teorias da conspiração.
Este novo agente patogénico, identificado no início de janeiro, é um vírus. Como tal, só o sistema imunitário das pessoas infetadas é capaz de o eliminar. Enquanto não aparecer a vacina, que poderá prevenir a propagação da infeção, siga as seguintes recomendações, estas sim de eficácia comprovada na proteção contra infeções respiratórias de origem viral: lave as mãos, cumpra a etiqueta da tosse, evite tocar na boca, nariz e olhos com as mãos.