Um estudo com centenas de milhares de pessoas, realizado por cientistas do Hospital Universitário de Aarhus e publicado no Journal of Internal Medicine, estima que a obesidade ou o excesso de peso faz aumentar em 12% o risco médio de vários tipos de cancro.
A investigação baseia-se no histórico clínico de 40 anos de 313 321 pessoas com peso a mais, na Dinamarca. Destas, 20 706 desenvolveram cancro, o que é mais do que seria esperado – na população geral, o expectável era que 18 480 pessoas viessem a ter cancro.
Cancro da mama, renal, da vesícula, do cérebro, leucemia e linfoma de Hodgkin são os que têm maiores probabilidades de se desenvolverem em pessoas com excesso de peso. Os investigadores explicam a relação entre cancro e gordura com o facto de a obesidade estar associada a um aumento rápido do número de células e à secreção de grandes quantidades de proteínas e hormonas com efeitos inflamatório, como o estrogénio.
Este será um problema crescente. Investigadores da Escola de Saúde Pública TH Chan de Harvard, por exemplo, preveem que até 2030 quase metade dos americanos sejam obesos, e é entre os jovens que esta doença terá maior expressão. Portugal está em sétimo lugar (em 36) na lista entre os países da OCDE que apresentam maior taxa de população com excesso de peso. Segundo o relatório Health at a Glance 2019, publicado pela organização, 67,6% dos jovens portuguesas com mais de 15 anos estão acima do peso ideal, aponta o mesmo documento.