Um estudo publicado na última semana no The BJM analisou a relação entre as alterações de peso e o risco de morte prematura e descobriu que a ligação entre a obsesidade e a mortalidade enfraquece com os anos. Mas mais: a equipa de investigadores concluiu mesmo que perder peso a partir da meia idade pode aumentar o risco de morte prematura, sobretudo na sequência de doenças cardíacas.
“A nossa conclusão é que é melhor evitar o aumento de peso em idades mais jovens para reduzir o risco de morte prematura mais tarde”, explica o autor do estudo An Pan, professor no Departamento de Epidemiologia e Bioestatística da Faculdade de Medicina de Tongji, na China.
Eis algumas das conclusões da investigação:
– As pessoas que se mantiveram obesas durante a idade adulta tinham o maior risco de morte prematura;
– Um aumento de peso dos 25 anos em diante até à meia idade também se mostrou associado a um risco aumentado de morte prematura, em comparação com quem manteve o peso ao longo da vida;
– A perda de peso a partir da meia idade mostrou-se “significativamente relacionada com um aumento do risco de mortalidade”;
– As pessoas que se mantiveram com peso a mais, mas não obesas, ao longo da sua vida adulta tinham pouco ou nenhum risco aumentado de morte prematura.
O investigador sublinha, no entanto, que o seu estudo tem uma limitação clara: não analisou a razão para a perda tardia de peso, sendo que pode fazer toda a diferença saber se essa diminuição foi intencional ou não.
“Perda de peso não intencional pode ser um sinal de doenças como diabetes ou cancro”, explica Pan.
O estudo analisou mais de 36 mil indivíduos a partir dos 40 anos, com base nos dados de um levantamento anual nos EUA que incluiu entrevistas, exames e análises de sangue para avaliar a saúde dos cidadãos americanos. A esta análise, a equipa de Pan juntou a avaliação do peso dos participantes, a quem foi pedido que revelassem o seu peso 10 anos antes e aos 25 anos.
Uma investigação anterior tinha encontrado uma relação entre um Índice de Massa Corporal elevado na idade adulta e o risco de morte prematura, mas sabe-se pouco sobre o papel das mudanças de peso ao longo do tempo.