Com a queda das folhas, na rua, e uma maior permanência em espaços fechados, por causa da descida das temperaturas, aumentam os casos de conjuntivite viral. Mas saiba que há forma de a evitar, como sublinha o médico Rui Avelino Resende, médico oftalmologista do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos.
O que é uma conjuntivite?
Trata-se de uma inflamação na conjuntiva, uma membrana muito fina que reveste o globo ocular e a face interior das pálpebras. A causa pode ser infecciosa (sobretudo viral ou bacteriana), tóxica ou alérgica. Por princípio, não é grave, nem costuma deixar sequelas, mas pode ser bastante incomodativa e dificultar as atividades normais das pessoas. Por ser altamente contagiosa, podendo afetar os dois olhos em simultâneo.
Quais são os seus sintomas?
Pode sentir ardor, sensação de areia ou picadas, comichão, calor, lacrimejo, olho vermelho, aumento da sensibilidade à luz e edema palpebral. Ao acordar, é comum que o olho esteja colado por causa de excesso de secreção. É ainda caso para lembrar que a conjuntivite, em si, não causa febre. Os sintomas costumam durar de 5 a 7 dias, se for de origem bacteriana, ou 1 a 3 semanas no caso de ser viral.
Como se contagia?
Antes de mais, é preciso que a pessoa com conjuntivite passe a mão no olho e toque em algum lugar, espalhando o vírus; depois, outra pessoa toca naquele mesmo lugar e passa a mão “contaminada” no seu olho. No caso da conjuntivite viral, o vírus pode sobreviver até duas semanas numa superfície seca. Por exemplo, no botão do elevador, no corrimão de uma escada, autocarro ou metro ou na maçaneta de uma porta. Por isso, a conjuntivite transmite-se com facilidade.
Como prevenir?
A recomendação básica para evitar o contágio é não passar a mão nos olhos. Além disso, deve lavar as mãos com frequência, higienizá-las com álcool em forma de gel e não partilhar objetos pessoais, como toalhas, com outras pessoas. Para evitar o contágio de outros, quem já tem conjuntivite deve usar toalhas e lenços de papel descartáveis.
Como tratar?
Os cuidados principais são limpar e lubrificar os olhos com colírios lubrificantes. Pode ainda usar soro fisiológico, por exemplo se não tiver mais nada à mão. Lave regularmente as pálpebras para se manter livre das secreções; e lave as mãos ante se depois de aplicar colírios ou pomadas. Pode ainda socorrer-se de compressas frias para diminuir o inchaço. Outros cuidados são: evitar a exposição direta à luz ou ao sol, nadar em piscinas e ainda diminuir a exposição a alergénios ou outros agentes potencialmente irritantes. Saiba ainda que a recomendação é sempre procurar um médico oftalmologista, mesmo sendo uma doença simples.
E os remédios feitos em casa?
Os oftalmologistas desaconselham tratamentos caseiros, como compressas de chás. “As soluções alternativas não funcionam. É até contraindicado, porque a pessoa pode acabar por contaminar outras pessoas à sua volta”, insiste o médico Rui Resende.