A enzima USP21, uma protéase específica da proteína ubiquitina, foi validade enquanto a potencial responsável pelo adenocarcinoma pancreático. As protéases de ubiquitina são consideradas a maior família de enzimas das cisteíno protéases, um conjunto de enzimas que degrada proteínas. Segundo Ronald DePinho, coautor do estudo e professor de oncologia, têm também “um importante papel no desenvolvimento de tumores e na biologia de células estaminais cancerígenas”.
“A análise genómica identificou uma amplificação frequente de USP21 em casos de adenocarcinoma pancreático. Esta superexpressão correlaciona-se com a progressão do cancro no adenocarcinoma, conduziu à transformação maligna de células pancreáticas humanas e promoveu o crescimento de tumores em ratos de laboratório”, disse o especialista.
Da mesma forma, os investigadores descobriram que uma diminuição da proteína USP21 prejudicava o crescimento de tumores no pâncreas. Tal deve-se à capacidade da USP21 de remover a ubiquitina das proteínas TCF7, que por sua vez promovem a rigidez das células cancerígenas.
A ubiquitina afeta as proteínas de diversas formas, entre elas, na regulação da sua estabilidade. Portanto, a falta de ubiquitina resulta na dificuldade de as células crescerem estáveis, assim como níveis elevados de ubiquitina têm o efeito oposto. É o que se passa no caso do cancro do pâncreas relativamente à enzima USP21.
A descoberta aponta a USP21 como um alvo potencialmente tratável, o que é muito importante para os casos de adenocarcinoma pancreático, que não respondem às opções terapêuticas disponíveis atualmente. Estudos anteriores já permitiram compreender as mutações genéticas que promovem o aparecimento desta doença, referiu DePinho.
“Estes eventos genéticos incluem oncogenes conhecidos e genes supressores de tumores, bem como numerosas anomalias genéticas novas”, disse. “Para além disso, a classificação do adenocarcinoma pancreatico com base em assinaturas moleculares sugere a existência de diversos potenciais impulsionadores oncogénicos, para diferentes subtipos de adenocarcinoma”.
“Mais ainda, os ratos de laboratório a que foi retirada a USP21 apresentam-se normais, o que sugere que isolar a USP21 pode ser uma vulnerabilidade específica do cancro”, remata o investigador.