Um grupo de investigadores da Universidade de Washington, no Missouri, EUA, concluiu que os homens que comem, pelo menos, dois iogurtes por semana tem uma probabilidade 20% menor de desenvolver tumores nos intestinos que podem evoluir para cancro. Mais, os homens que comem iogurte têm um risco 26% menor de vir a desenvolver adenomas malignos.
A investigação vai ao encontro de estudos antigos que sugerem que o consumo de iogurte reduz o risco de cancro do intestino, ao alterar o tipo e o volume de bactérias no intestino. Os adenomas são tumores que se formam nas paredes do reto ou do colon. Podem sem benignos ou malignos mas, se não forem tratados, tem grande probabilidade de se tornar malignos.
Para o estudo, publicado na revista científica Gut, a equipa acedeu às bases de dados de dois estudos anteriores: o Health Professionals Follow-Up Study e o Nurses’ Health Study. Do primeiro, retiraram informações relativas a mais de 32.600 homens com adenomas e estudaram a sua dieta e a evolução dos tumores. Do segundo, acederam aos dados relativos a mais de 55.700 mulheres com a mesma condição e procederam da mesma maneira. Tanto um estudo como o outro investigaram os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crónicas, em homens e mulheres respetivamente.
Todos os participantes sofreram endoscopias entre 1986 e 2012 e relataram as suas dietas, a cada quatro anos, incluindo a quantidade de iogurte que consumiam. Nos 26 anos que os estudos decorreram, cerca de 5,800 homens e 8,100 mulheres desenvolveram adenomas.
Os homens que consumiam dois ou mais iogurtes por semana tiveram uma probabilidade 26% inferior de desenvolver adenomas cancerígenas. Quanto às mulheres, o estudo não encontrou nenhuma ligação.
Os investigadores consideram que mais investigação sobre o tema venha a ser necessária, visto o seu estudo ser meramente observacional. No entanto, pensam que o resultado observado se deva aos dois probióticos presentes no iogurte, o Lactobacillus bulgaricus e o Streptococcus thermophilus, que têm o poder de diminuir os carcinógenos no intestino. Em alternativa, a equipa sugere que o iogurte possa ter propriedades anti-inflamatórias.