Um QI menor e um risco maior de autismo e défice de atenção e hiperatividade. Uma revisão de vários estudos que envolveu a Universidade de Harvard, entre outras instituições, publicada no Hormones and Behavior, concluiu que este é o preço que podem pagar as grávidas que tomarem o vulgar paracetamol, o que leva os investigadores a alertar contra o “uso indiscriminado” do medicamento.
Cerca de 65% das mulheres nos Estados Unidos e 50% na Europa tomam paracetamol durante a gravidez.
Depois de analisar nove estudos que envolveram um total de 150 mil mulheres e bebés, os envolvidos na investigação concluiram que o equilíbrio hormonal no útero pode ser alterado pelo uso de paracetamol. E ficaram alarmados: “A exposição ao acetaminofeno [outro nome da mesma subtância] é tão vulgar que as implicações para a saúde pública de um aumento, ainda que modesto, no risco neurodesenvolvimento adverso são substanciais.”
Todos os estudos analisados “sugerem que o acetaminofeno está a associado a um neurodesenvolvimento adverso”, resumem os investigadores, especificando que estão em causa efeitos como Défice de Atenção e Hiperatividade, autismo e um QI mais baixo.
Um dos estudos analisados mostrava uma diferença de QI de três pontos nas crianças de cinco anos, cujas mães tinham tomado paracetamol sem terem febre, durante a gravidez, para alívio da dor. Outro associava a exposição ao medicamento com um atraso ao nível da fala, o que, aliás, já tinha sido anunciado em janeiro, por um grupo de investigadores de Nova Iorque – grávidas que tomam paracetamol mais de seis vezes durante os primeiros meses de gestação têm uma probabilidade significativamente maior de ter filhas com vocabulário limitado.
Já o risco de défice de atenção aumenta 30%, enquanto o de autismo sobe 20 por cento.
E em qualquer caso, o risco aumenta com o uso prolongado do medicamento.