Cientistas da Universidade de Adelaide, na Austrália, conseguiram provar que uma transferência em larga escala de genes entres espécies mudou radicalmente o genoma dos mamíferos.
Os investigadores identificaram dois genes “saltadores” em particular – o L1 e o BovB – que são pequenas peças de ADN que podem copiar-se a si próprias dentro um genoma e que são, por isso, conhecidos como elementos transponíveis. Estes dois genes foram identificados em 759 espécies de plantas, animais e fungos.
“Os genes saltadores copiam-se e colam-se a eles próprios nos seus genomas e em genomas de outras espécies”, explica David Adelson, da Universidade de Adelaide. Como é que isso acontece? Não há certezas, mas os investigadores apontam para insetos ou vírus como causas deste processo.
“Pensem num gene saltador como um parasita. O que está no ADN não é muito importante – é o facto de se introduzirem noutros genomas e causarem perturbações nos genes e na forma como são regulados”, acrescenta.
O estudo, publicado no Genome Biology, concluiu ainda que esta transferência “horizontal” genética foi muito mais generalizada do que se supunha.
Em humanos, os elementos L1 têm sido associados a casos de cancro de doenças neurológicas. Compreender de onde vem este elemento pode ser crucial para perceber a evolução detas doenças.
O outro gene saltador encontrado, o BovB, foi descoberto primeiramente em vacas, mas chegou a vários animais, incluindo répteis, elefantes e marsupiais.