Dados americanos sugerem que os saltos altos são cada vez menos populares entre as mulheres. Mesmo assim, este género de sapatos continua a fazer parte do guarda-roupa, nem que seja para usos ocasionais. Mas o que parece elegante à vista é um verdadeiro atentado à saúde da coluna e dos músculos das pernas.
O caso é tão sério que leva as organizações médicas a fazerem listas de conselhos para limitar os danos. “Com o estilo vem muito sofrimento”, lê-se na página do The Spine Health Institute, da Florida. “Causam problemas na coluna, anca, joelhos, tornozelos e pés, ao alterarem a marcha e a postura”, esclarece-se no site do grupo de médicos.
A questão é que para manter o equilíbrio, quando se está em cima de um salto agulha, o corpo tem de compensar a elevação forçada. Como é que o faz? Inclinando o peito para a frente e empurrando a base da coluna para trás. Outra consequência direta é ainda o aumento da pressão nos joelhos e na parte da frente do pé. Quanto mais alto o salto, maior a pressão.
“Este tipo de sapato pode desequilibrar a zona muscular que apoia a articulação do tornozelo, causando instabilidade, mas também perturbações da coluna vertebral. De facto, os saltos altos alteram a forma de andar, uma vez que inconscientemente modificam a postura”, diz Luís Teixeira, médico ortopedista e fundador da associação Spine Matters.
Por tudo isso, o ideal, de acordo com os especialistas, era mesmo abolir este tipo de calçado. Quem não consegue resistir, deve, pelo menos, seguir as seguintes recomendações:
– Evite usar por longos períodos de tempo. Faça intervalos, ao longo do dia, sentando-se e descalçando-se. O ideal seria mesmo que pousasse o pé no chão, para descomprimir
– Alongue os músculos das pernas e dos pés antes e depois de usar saltos
– Não exceda os três/quatro centímetros de altura
– Compre os sapatos à tarde/final do dia, quando o pé está no tamanho máximo
– Elimine por completo os sapatos pontiagudos
– Ao longo da semana, varie nos modelos e formatos de sapatos