Ter uma silhueta em forma de maçã é muito comum entre a mulheres. Mas, principalmente com a entrada na menopausa, entre os 40 e os 50 anos, esta forma acentua-se nas mulheres. Carateriza-se sobretudo por uma acumulação de gordura na zona abdominal e constitui um problema estético para muitas mulheres. No entanto, e de acordo com um novo estudo, recentemente apresentado no Congresso da European Society for Medical Oncology que decorreu entre os dias 8 e 12 de setembro em Madrid, este excesso de gordura na zona abdominal pode ser prejudicial para a saúde.
De acordo com as novas descobertas, ter um excesso de gordura na zona abdominal torna as mulheres 50% mais propensas a desenvolverem cancro do pulmão e gastrointestinal.
O estudo Prospective Epidemiologic Risk Factor (Fator de Risco Epidemiológico Prospetivo, liderado por Line Mærsk Staunstrup, estudante de doutoramento na Nordic Bioscience e ProScion na Dinamarca, contou com a participação de 5.855 mulheres pós-menopáusicas com uma idade média de 71 anos.
Em 1999, ano em que se iniciou o estudo, as participantes foram submetidas a uma densitometria óssea por absorção de raios-X de dupla energia (DEXA) para determinar a gordura corporal e sua composição. Ao longo de um período de 12 anos as participantes foram ainda submetidas a exames adicionais.
Os investigadores registaram 811 cancros: 293 cancros da mama e ovários, 945 cancros do pulmão e gastrointestinais e 173 outros cancros. Ao observarem mais detalhadamente os investigadores descobriram que só os cancros de pulmão e os gastrointestinais estavam associados ao excesso de gordura abdominal. As mulheres que tinham excesso de gordura abdominal aumentavam o risco de desenvolverem cancro em mais de 50%.
“Nas mulheres sabe-se que a menopausa inicia uma mudança de gordura corporal para um maior nível de adiposidade abdominal, que pode mediar o risco de cancro relacionado com a obesidade. Evitar a obesidade pode conferir uma melhor proteção” afirmou Line Mærsk Staunstrup.