Os mitos sobre a gravidez sempre existiram, uns mais comuns, outros mais rebuscados. No entanto, alguns têm bases científicas que provavelmente justificam o porquê de perdurarem no tempo e atravessarem gerações. Mas não, o feitio da barriga não diz nada sobre o sexo do bebé e este, garantidamente, não terá quaisquer marcas na pele se a mãe não satisfezer o desejo de comer melancia às 3h00 da madrugada em pleno inverno…
Mas estes são alguns exemplos de estudos que justificam a existência (e permanência) de determinadas superstições:
Um parto longo e difícil significa que é um menino
Ainda não é conclusivo o porquê de os bebés do sexo masculino provocarem partos mais longos e difíceis. No entanto, em 2003, um grupo de investigadores analisou 8 mil nascimentos num hospital irlandês entre os anos de 1997 e 2000 – o estudo excluiu mulheres que tiveram parto induzido ou deram à luz prematuramente.
Os resultados revelaram que, em média, o trabalho de parto de bebés do sexo masculino demorou mais de seis horas – tempo médio de trabalho de parto, numa segunda gravidez, segundo Irene Bobak, enfermeira e autora do livro “Maternity Nursing” -, enquanto as meninas demoravam menos. As mulheres que estavam grávidas de rapazes também sofreram mais complicações durante o parto.
Uma razão possível para esta diferença está no facto de os rapazes pesarem, normalmente, mais do que as raparigas à nascença. Uma outra investigação de 2003, realizado pela Faculdade de Saúde Pública de Harvard, nos EUA, revelou que as mulheres que esperam bebés do sexo masculino, comem mais durante a gravidez.
Nada de bananas, se quer uma menina
Diz-se que comer bananas antes da conceção aumenta as hipóteses de ter um menino. Embora pareça desprovida de sentido, um estudo de 2008 publicado na revista científica Proceedings of the Royal Society faz luz sobre esta crença. É que não só as mulheres grávidas de rapazes comem mais como, demonstra esta investigação, comer mais antes de engravidar pode aumentar a probabilidade de ter um bebé do sexo masculino.
Os investigadores pediram a 740 mulheres que descrevessem os regimes alimentares ao longo do ano que antecedeu a gravidez e dividiu-as em três grupos, com base no consumo calórico: No primeiro – o grupo de mulheres que consumiam mais calorias- 56% foram mães de meninos; No terceiro grupo – o que consumia menos calorias – a percentagem mais elevada eram mães de meninas (55%).
Mas o estudo revela que não só comer mais pode influenciar o sexo do bebé, como os próprios nutrientes. E aqui entra a superstição sobre as bananas – foi encontrada uma ligação entre ingerir muito potássio (abudante no fruto) e o nascimento de rapazes.
Ter azia é sinal de um bebé cabeludo
Em 2006, uma investigação da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, acompanhou a gravidez de 64 mulheres, das quais 28 indicaram sentir azia moderada ou grave. Deste grupo, 23 mulheres tiveram bebés com nível de cabelo médio ou acima da média. Em contraste com 12 das mulheres que não tiveram azia, cujos filhos nasceram com cabelo abaixo da média.
Os autores defendem que não é a azia que causa o crescimento de cabelo, ou vice versa. A razão que justifica esta associação está no sistema hormonal da mulher durante a gravidez: as mesmas hormonas que contribuem para o crescimento do cabelo dentro do útero, são as mesmas que retêm o ácido no estômago que provoca a azia.