Se a cada criança de um ano de idade se fizesse uma análise aos níveis de colesterol quando se deslocasse ao centro de saúde para ser vacinada, seriam evitadas centenas de ataques de coração em adultos. A conclusão é de um estudo publicado no Jornal de medicina de Nova Inglaterra junto de 10 mil crianças.
Com esta pesquisa, os investigadores do Instituto London’s Wolfson de Medicina Preventiva da Universidade Queen Mary procuram perceber de que forma é possível prevenir uma mutação genética que prevalece em numerosas famílias, conhecida como hipercolesterolemia e que na maioria dos casos é responsável por problemas de coração precoces. Como é uma desordem silenciosa, acaba muitas vezes por não ser detetada nem tratada, aumentando o risco de ataque cardíaco em 100 vezes.
Durante o estudo realizado em Inglaterra, foi identificada uma pessoa em risco elevado de ataque de coração por cada 125 testados. Caso sejam alargados a todo o território britânico, estes testes podem evitar 600 ataques cardíacos em pessoas com menos de 40 anos. Depois de identificados os níveis elevados de colesterol e as alterações genéticas, os bebés e, mais tarde, jovens e adultos, são acompanhados clinicamente de forma a conseguirem baixar os níveis de colesterol através da prática de exercício físico, não fumar e manter uma dieta saudável.
“Esta é a primeira demonstração de que o rastreio feito pelos pais aos bebés funciona em larga escala. Só este método permite obter uma hipótese razoável de abranger toda a população e identificar quem está em risco elevado”, explica o investigador principal David Wald.
A equipa pretende agora convencer os serviços de saúde pública a oferecer os testes quando as crianças de um a dois anos são vacinadas.