Nick Littlehales é um profissional do sono. Um guru. Foi ele que ajudou Cristiano Ronaldo a controlar e a aperfeiçoar as suas rotinas de sono, de forma a conseguir melhores prestações a nível desportivo. É, também, um forte defensor das sestas. Diz que dormir entre 20 minutos a meia hora, durante a tarde, traz muitos benefícios para o nosso estado de espírito e para a nossa saúde.
A Universidade de Düsseldorf já tinha revelado, através de um estudo, que uma pequena sesta pode contribuir para o processamento da memória. A própria NASA incentiva os seus trabalhadores a dormirem curtos períodos de tempo. Dizem que as sestas mantêm e chegam a melhorar o desempenho, o estado de alerta e até o humor. No caso dos pilotos, por exemplo, as sestas são preponderantes – aperfeiçoam a performance em 34% e o estado de alerta em 54%.
Em Espanha, há muitas pessoas que dedicam um pouco da sua tarde à sesta e algumas lojas, inclusivamente, fecham nesse horário. Faz parte de uma tradição. Mas uma saudável tradição. Um estudo da Universidade de Harvard descobriu que quem fez regularmente uma sesta estava significativamente menos propenso a morrer devido a doença cardíaca.
Quando trabalhou com o Manchester United, nos anos 90, Nick Littlehales propôs ao treinador, Sir Alex Ferguson, o estabelecimento de um período onde os jogadores pudessem descansar. Ele concordou e, a partir daí, os jogadores puderam dormir numa sala composta por doze camas – sem óleos nem sons relaxantes. A partir daí, as organizações desportivas passaram a dar maior importância ao sono dos atletas.
O especialista diz que não há desculpa: podemos tirar uma sesta em qualquer lugar. Tudo se trata de encontrar um sítio onde nos sintamos confortáveis, seja um escritório inutilizado ou um sofá na zona de convívio. Até podemos não conseguir dormir mesmo. Mas sobre isso ele revela: não é preciso. O simples facto de fecharmos os olhos, de nos abstrairmos do mundo, de “passarmos pelo sono”, esvazia a nossa mente. E é isso que é importante.