Ao El País, a dermatologista Paloma Cornejo, da Academia Espanhola de Dermatologia e Nevrologia, identifica os dez maus comportamentos associados ao tratamento da pele.
1. USAR ESPONJA VEGETAL NO BANHO
As esponjas de fibra vegetal, feitas à base da planta bucha, que tem propriedades tranquilizantes e esfoliantes, pode ser bastante agressiva para a pele. O que acontece é que as fibras levam tudo à frente e, por isso, utilizar diariamente esta esponja é, de acordo com a especialista, “deixar a pele praticamente nua perante agressões externas”. Paloma recomenda, por isso, uma esfoliação suave de 15 em 15 dias.
2. NÃO LIMPAR O ROSTO ANTES DE IR PARA A CAMA
É fundamental retirar qualquer maquilhagem que tenha no rosto, antes de ir dormir. E a limpeza da cara também é válida para pessoas que não costumam maquilhar-se, já que a poluição é muito agressiva para a pele.
Mas atenção: limpeza em excesso também pode ser prejudicial. “A higiene excessiva é um dos fatores que explicam o aumento de 300% de dermatites atópicas nos últimos 30 anos”, diz a especialista, ao El País. Utilizar água micelar é uma boa solução para limpar a pele e retirar a maquilhagem.
3. TOMAR BANHO COM TEMPERATURAS MUITO ALTAS
Quando toma banho, deve certificar-se de que a temperatura da água não ultrapassa a do corpo humano, normalmente entre os 36 e os 37 graus. Isto porque, segundo Paloma Cornejo, esta é uma das principais causas de desidratação epidérmica, que “conjuntamente com o uso de géis e sabões muito agressivos que alteram o ph da pele, podem causar problemas como a dermatite atópica”.
O ideal é tomar banho com água morna, já que a água muito quente também favorece a flacidez cutânea.
4. NÃO UTILIZAR PROTETOR SOLAR
Desengane-se quem pensa que utilizar protetor solar no rosto apenas no verão é suficiente. As pessoas estão expostas às radiações solares durante todo o ano e, por isso, a especialista recomenda um creme protetor “com um FPS mínimo de 30 e a sua repetição pelo menos duas vezes ao dia”. Esse hábito vai ajudar a evitar o aparecimento de manchas, rugas e flacidez na pele.
5. NÃO UTILIZAR ÓCULOS DE SOL
De acordo com a dermatologista, esta é a melhor forma de combater os famosos pés de galinha por baixo dos olhos, “já que são os movimentos e gestos repetitivos os principais causadores do seu aparecimento precoce”. Mas é importante escolher óculos certificados, que protejam efetivamente.
6. INGERIR ÁLCOOL
O consumo exagerado de álcool pode provocar rosácea – doença da pele crónica que se manifesta através do aparecimento de vermelhidão no rosto -, desidratação e acelerar a flacidez cutânea (já que desestabiliza as fibras de colagénio e elastina).
“O álcool desidrata o tecido conjuntivo porque atua como um diurético e afeta a produção adequada de vasopressina, a hormona que dá a indicação aos rins para que absorvam as vitaminas e os micronutrientes de que o organismo necessita antes de eliminar líquidos pela urina.
Quando a absorção é mínima, a pele fica cansada, enrugada, seca e com os poros abertos”, refere a especialista.
7. NÃO INGERIR FRUTAS E LEGUMES
Não apostar numa dieta rica em fruta e legumes pode provocar o envelhecimento precoce da pele. De acordo com Paloma Cornejo, estes alimentos “são as melhores ferramentas para combater os radicais livres, que oxidam e envelhecem”. Frutos vermelhos, pêssegos, cenouras e tomates são alguns dos alimentos em que pode – e deve – apostar.
8. FUMAR
De acordo com dados do Hospital Universitário de Lund, na Suécia, o tabaco reduz a resposta relaxante dos microvasos sanguíneos cutâneos aos diferentes estímulos em fumadores, relativamente às pessoas que não fumam. Por não haver uma boa circulação, a pele fica privada de nutrientes e oxigénio, e envelhece de forma prematura.
9. PRIVAR-SE DO DESCANSO
As células corporais regeneram enquanto se dorme. Dessa forme, quando o sono não é suficiente, a renovação celular fica comprometida e aparecem as olheiras e a vermelhidão ocular. ” Além disso, a falta de sono afeta a função da barreira natural da pele e pode provocar secura e maior sensibilidade às irritações”, refere Paloma Cornejo.
10. NÃO COLOCAR PERFUME DE FORMA CORRETA
Os perfumes podem provocar reações alérgicas e uma produção excessiva de melanina e pigmentação, já que são fragrâncias que contêm, além de álcool, bergamota e almíscar e que, em contacto com os raios UV, podem provocar fototoxicidade.
As reações fototóxicas, muito frequentes no verão, acontecem com a presença de uma substância fotoativa (o perfume) que, exposta aos raios UV, provoca uma reação parecida à das queimaduras solares. Paloma Cornejo recomenda que se verifiquem sempre os rótulos dos produtos que se usam, principalmente durante o verão, para perceber se contém ou não óleo de bergamota.