Embora sejam recorrentes e frequentemente recomendados pela sabedoria popular ao longo dos anos, a ciência tem vindo a descredibilizar, por não encontrar quaisquer provas da sua eficácia, estes 8 hábitos supostamente saudáveis. A boa notícia é que alguns deles representam esforços que certamente todos dispensaremos de bom grado…
1 – Usar papel higiénico para cobrir o tampo da sanita de uma casa de banho pública
A maioria dos virus são muito frágeis e precisam de condições de temperatura e humidade muito especificas para sobreviverem. Isto significa que no momento em que usa numa sanita pública, mesmo que tenha sido recentemente usada por alguém, dificilmente os agentes patogénicos serão capazes de o infetar.
Além disso, a nossa pele, a menos que tenha um corte, é uma excelente barreira protetora contra a entrada de vírus e bactérias.
Isto não significa que as tampas das sanitas públicas não estão recheadas de bactérias, porque estão. Mas é mais provável que apanhe gonorreia, por exemplo, por tocar numa tampa e não lavar as mãos. Além de algumas DST, que vivem durante muito pouco tempo, as sanitas têm outros germes como e-coli ou os estreptococos e nenhum consegue invadir o corpo humano pelo simples contacto com a pele.
2 – Comer só alimentos com baixo teor de gordura
Sim, procurar reduzir a quantidade de gordura que ingere é positivo mas não escolha a sua dieta só com base nisso, até porque é bastante inútil.
Um estudo feito há oito anos pela Escola de Saúde Pública de Harvard analisou quase 50 mil mulheres, das quais cerca de metade tinham uma dieta muito baixa em gordura. Os resultados revelaram que este plano alimentar não baixou o risco destas mulheres virem a contrair cancro da mama ou virem a ter problemas de coração. Além disso, o mais curioso, não perderam assim tanto peso. Os médicos recomendam a quem quer fazer dieta que, não deixando de comer gorduras, opte pelas chamadas gorduras boas, que são mais saudáveis e boas quando consumidas de forma moderada. Pode encontrá-las nas nozes e amêndoas, nos abacates, no peixe, etc.
3 – Evitar o glúten
A menos que esteja entre os cerca de 0,1% de celíacos em Portugal (são cerca de 10 mil), evitar o glúten não tem nenhuma utilidade comprovada e significativa na sua dieta nem no seu estado de saúde. O estudos mostram que podemos sofrer de inchaço intestinal independentemente de comermos ou não trigo.
4 – Fazer sumos
São a grande moda entre os amantes de uma vida saudável mas a verdade é que os legumes e as frutas frescas perdem grande parte das fibras e dos ingredientes que ajudam a controlar a saciedade ao serem transformados em sumo. Isto fará com que venha a sentir mais fome entre as refeições do que aquela que sentiria se comesse directamente os ingredientes que tritura para fazer um sumo. Quando transforma uma maçã num sumo, por exemplo, fica sobretudo com a água e o açúcar dessa mesma maçã. Ou seja: mais açúcar e menos proteínas e fibras que aumentam a fome e reduzem a energia no curto prazo e que estimulam a perda de massa muscular no longo prazo.
Por isso, seja simples, coma logo essa maçã inteira, de preferência com casca. Se gostar de alimentos triturados, prefira uma sopa.
5 – Usar desinfetante de mãos
Se puder lavar as suas mãos com regularidade ao longo do dia, o desinfetante de mãos é necessário. Sabonete e água são uma das técnicas antigas menos falíveis: matam mais germes do que os desinfetantes de mãos. Os Norovírus, frequentemente transmitidos pela via alimentar e que causam diarreias fortes, e o Clostridium difficile, que afeta sobretudo as pessoas mais velhas e causa diarreias que podem matar, são ambos resistentes aos géis e líquidos de mãos.
Além disso, a maioria dos desinfetantes tem álcool e seca muito a pele das mãos.
6 – Tomar multivitamínicos
Várias décadas de estudos médicos não foram ainda capazes de provar a necessidade de tomar vitaminas.
A menos que não tenha uma dieta que lhe garanta as vitaminas e nutrientes necessários ou que tenha um sistema imunitário fraco, estes suplementos são desnecessários. Aquilo que comemos numa dieta rica e variada é mais do que necessário. No caso da vitamina C, muito comummente tomada nesta altura de maior exposição a gripes, também deve evitá-la ou tomar em pequenas porções e com pouca frequência – demasiada quantidade pode mais facilmente pô-lo doente do que curá-lo. O limite é de 2 mil miligramas por dia e mais do que isso pode causar diarreias, nauseas, vómitos, dores de cabeça e outros efeitos secundários.
7 – Não estalar os dedos
Desde sempre que se propagou a ideia de que estalar os dedos poderia ser nocivo para os ossos e articulações. Mas as pesquisas mais recentes apontam que pode até ser um sinal de que quem estala tem as articulações mais lubrificadas e resistentes.
Um estudo publicado em 2015 recorreu à visualização de imagens através de ressonâncias magnéticas e concluiu que estalar os dedos não danifica as articulações
8 – Evitar o micro-ondas
Sempre se ouviram rumores relativamente ao uso do micro-ondas. Que retira nutrientes à comida é um dos mais frequentes e é totalmente falso.
O micro-ondas aquece e cozinha utilizando ondas de energia. As ondas fazem vibrar as moléculas da comida e transformam a energia em calor.
Isto faz com que alguns nutriente se desintegrem, claro, mas isso acontece sempre que aquecemos comida seja no forno, no fogão ou no micro-ondas. Além disso, este melhor amigo da marmita, cozinha e aquece muito mais rápido, fazendo com que os nutrientes se mantenham muito mais facilmente intactos.