«Vamos falar sobre política. Não, esperem. Por favor não se vão embora. Eu prometo que vou tentar tornar isto minimamente interessante.
Vamos falar, designadamente, do Brexit. Não sei quem é que inventou o nome mas apostaria num instagrammer qualquer. “British Exit” daria uma hashtag muito longa e desinteressante. “Brexit” não, “Brexit” desperta uma certa curiosidade porque ao início nem se sabe muito bem se estamos a falar do Reino Unido ou de um detergente para a roupa.
Primeiro, falemos da atitude dos britânicos que, ao votar o Brexit, agiram como a maioria dos jovens que resolvem sair de casa dos pais: ao início acham que é uma ótima ideia e que são bastante capazes de tomar conta de si, mas algum tempo depois percebem o que custa a vida e depois arrependem-se. Só que, entretanto, os
pais já estavam a negociar o arrendamento do seu quarto a um estudante de ERASMUS e por isso não dá para voltar atrás na decisão.
Relativamente ao parlamento britânico não há muito a acrescentar porque não consigo entender nada do que se discute lá. Sinceramente, para um país que se acha tão superior ao resto, uma assembleia composta por gente que se comporta como os
adeptos nas bancadas de um Porto-Benfica não fica nada bem.
Até há bem pouco tempo a primeira-ministra Teresa May tentou negociar a saída do Reino Unido com a União Europeia. Passo a resumir o que se passou. Theresa May consegue um acordo: o parlamento inglês rejeita. Theresa May consegue um novo
acordo que o parlamento rejeita também. Theresa May consegue ainda um terceiro acordo e adivinhem: outra vez rejeitado. Se esta mulher andasse na escola já tinha reprovado o ano com três negativas. Theresa já não estava a gostar da brincadeira e
então demite-se.
Aí entra em cena como novo primeiro-ministro, Donald Trump.Não, o nome dele é Boris Johnson. Estou sempre a confundi-los não sei porquê.
Johnson usa a estratégia, reflete muito bem sobre o assunto e resolve que, com acordo ou sem o Reino Unido sairá da União Europeia a 31 de outubro. Parece que desistir de uma coligação de paz e cooperação entre países foram os melhores planos que esta gente arranjou para o Halloween.
Mas quem está a sofrer mais com esta história toda é a rainha, coitada, que ocupa o tempo a contar as jóias da coroa e bebe quatro gins por dia. #godblessthequeen»
Maria Inês d’Alte, aluna do 9º ano da Escola Secundária da Maia