As duas semanas de férias que os alunos do 1º ao 12º ano estão a ter a partir de hoje e até 5 de fevereiro vão fazer com que as férias do Carnaval e as férias da Páscoa sejam mais curtas e as aulas terminem, no final do ano, uma semana mais tarde.
Assim, o último dia de aulas deste ano letivo passa a ser 16 de junho para os alunos do 9º, 11º e 12º nos; 22 de junho para os alunos do 7º, 8º e 9º anos; e 7 de julho para os alunos do pré-escolar, 1º e 2º ciclos.
O governo fechou as escolas porque uma nova estirpe do vírus da covid-19, vinda do Reino Unido, que é mais contagiosa e que afeta mais as crianças e jovens. Não é mais perigosa, mas apanha-se com mais facilidade. E, segundo os dados mais recentes, esta estirpe corresponde já a 20% dos casos que há em Portugal, quando, na semana passada, equivalia apenas a 8 por cento. Isso quer dizer que o vírus se está a transmitir muito mais depressa. «Nenhum perito diz que as escolas são ou foram locais de contágio», disse ontem o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, numa conferência de imprensa que deu ao princípio da noite. «As escolas cumpriram todas as regras.»
Durante estes 15 dias, não haverá aulas – nem presenciais nem online. Os alunos estarão mesmo de férias. Conforme a evolução da doença, o governo decidirá o que vai acontecer a partir de 5 de fevereiro: se os alunos regressam à escola ou se ficam em casa a ter aulas online, ou se regressam apenas alunos de alguns anos de escolaridade. «Nada substitui a experiência de ir à escola todos os dias, o momento ‘eureka’ de aprender coisas novas, o momento de encontrar um amigo. Por isso é muito importante que entre todos possamos fazer com que os alunos voltem às escolas o mais rapidamente possível», disse Tiago Brandão Rodrigues.
Para ter aulas online, é preciso ter um computador em casa e acesso à internet – o que nem todos os alunos têm. O ministro disse que foram distribuídos já 110 mil computadores por alunos, sobretudo por estudantes do secundário. O Ministério da Educação tem mais 335 mil computadores comprados, que irá distribuir, tentando assim que todos tenham as mesmas condições para estudarem a partir de casa.
Algumas escolas vão manter-se abertas, para receberem os alunos com menos de 12 anos cujos pais vão ter de continuar a trabalhar fora de casa (como médicos, enfermeiros, operários em fábricas, trabalhadores da construção civil, por exemplo). E também para que quem tem refeições pagas pela Ação Social Escolar(ASE) continue a ter que comer.
Gostávamos de saber a tua opinião sobre esta medida: querias que as escolas fechassem? E que pensas destas férias imprevistas? Escreve-nos para vjunior@visao.pt