Uma princesa acorda de um sono eterno depois de ser beijada por um príncipe. Uma outra princesa quebra um feitiço ao beijar um sapo. Dois namorados declaram a sua paixão dando um beijo. Podíamos escrever um texto inteiro só com exemplos de momentos em que o beijo é uma forma especial de expressar sentimentos. Em quase todas as culturas existe o costume de beijar. Mas são diferentes as situações em que se pratica, assim como as maneiras de o fazer.
O beijo na boca
Para nós, este é o beijo dos namorados, dos apaixonados. Na Rússia é normal dois homens beijarem-se na boca sem que haja qualquer sentimento de afeto. Este beijo serve para selar acordos políticos.
A tradição vem do tempo dos czares, o título que os monarcas tinham naquele país até 1917. Quando o czar queria distinguir alguém, em vez de dar medalhas, beijava-o nos lábios.
Para os japoneses, está fora de questão beijarem-se em público na boca ou na cara. O gesto é considerado mal-educado, mesmo entre amigos. Os casais japoneses só se beijam discretamente ou dentro de casa.
E há povos que não se beijam de todo. É o caso de Myanmar (antiga Birmânia), um país do Sudeste asiático. Ali, nem sequer têm a palavra beijo na sua língua.
Pelo contrário, os argentinos e os italianos beijam-se com a maior das naturalidades. É até vulgar dois homens saudarem-se trocando beijinhos no rosto.
Mas os maiores beijoqueiros são, sem dúvida, os franceses. Não dão dois beijinhos como os portugueses, nem três como os belgas. Os franceses dão quatro beijos quando se cumprimentam, dois em cada bochecha.
Os beijos têm significados diferentes
Outra coisa engraçada em relação aos beijos é que, dependendo do sítio onde são dados, têm um significado diferente. O mais comum é o beijo na cara. Serve para dizer olá, adeus, gosto de ti, estou feliz, obrigado e desculpa. Já um beijo dado na testa é sinónimo de carinho e de respeito. Em situações solenes, dá-se um beijo nas costas da mão. Por exemplo, beija-se a mão ao Papa ou à Rainha de Inglaterra.
Quando
os filhos são bebés, os pais beijam-nos por todo o lado barriga, pés, mãos,
braços, pernas, pescoço, costas e bochechas e sempre que lhes apetece.
É uma forma de expressarem o seu amor.
À medida que crescem, os filhos vão dando a entender aos pais que os beijos não são para dar a toda a hora. A exceção é quando têm febre. Aí justifica-se um beijo na testa sabe bem e serve de termómetro.
Desde quando nos beijamos?
Não se sabe exatamente quando é que os seres humanos descobriram as maravilhas do beijo. Alguns antropólogos acreditam que foi na Pré-História que começou a ser praticado e que estava relacionado com a alimentação das crianças. As mães mastigavam os alimentos sólidos antes de dá-los boca a boca aos bebés. Outros especialistas pensam que resulta de os Homens imitarem o comportamento de outros animais.
Uma coisa é certa: os beijos fazem bem à saúde. Um beijo apaixonado faz aumentar os batimentos cardíacos de 70 para 150 por minuto, o que melhora a oxigenação do sangue. E o bom dos beijos é que, por mais que se deem, nunca se acabam.
Texto: Teresa Resende