Tudo começou quando, aos 11 anos, Malala começou a defender publicamente o acesso à educação por parte das raparigas da sua região, no Paquistão, num blogue que escrevia anonimamente. O vale do Swat, onde vivia, era dominado pelos talibãs – uns homens que usam os livros religiosos islâmicos (o Corão e a Suna) para dizer o que é proibido e permitido – que impediram as raparigas de irem à escola.
As palavras de Malala fizeram eco e começaram a incomodar os talibãs, que achavam as suas ideias perigosas, pois questionavam as suas ordens. Quiseram calá-la, tentaram matá-la, mas Malala sobreviveu, fugiu, fez-se ouvir nos quatro cantos do mundo e, a 10 de outubro de 2014, a sua coragem e ativismo valeram-lhe o Nobel da Paz. Nunca ninguém tão jovem tinha recebido tamanha honra.
O espetáculo «Malala, a miúda que ganhou», da companhia A Barraca acompanha o crescimento desta jovem heroína e mostra as dificuldades que muitas crianças continuam a ter para assegurar a sua sobrevivência neste mundo, entre elas, o direito à educação.
«Malala, a miúda que ganhou» – criação e interpretação: Maria do Céu Guerra.
Museu do Oriente, 11 de nov., 11h30; público-alvo: 10-18 anos; entrada gratuita para escolas mediante inscrição
Histórias de refugiados
Depois do livro Eu Sou Malala, escrito pela jovem em 2013, chega agora às livrarias portuguesas Nós Somos Refugiadas, a mais recente obra da jovem ativista. Malala conta algumas das histórias que ouviu nos campos de refugiados que tem visitado, e relata também a sua própria experiência, uma vez que também ela foi obrigada a fugir do seu país.
Numa época em que tanto ouvimos falar de refugiados, esta é uma boa sugestão de leitura para ti que gostavas de perceber melhor o que se passa no mundo.
Atualmente, Malala Yousafzai tem 22 anos e estuda na Universidade de Oxford, em Inglaterra, para se formar em Filosofia, Economia e Política. Além disso, é cofundadora e membro da administração da Fundação Malala.