Pode não parecer grande coisa, afinal, tem muito menos graça do que as imagens fantásticas que nos acostumámos a ver nos livros sobre o Espaço ou nos filmes de ficção científica. Mas, de facto, esta fotografia é incrível. Antes de mais, porque é a primeira vez que se consegue fotografar um buraco negro, e não foi nada fácil consegui-la.
Para se chegar a este resultado, foram necessários oito gigantescos radiotelescópios, espalhados pelo nosso planeta. Ao contrário de um telescópio ótico – que produz imagens a partir da luz visível – , um radiotelescópio capta as ondas de rádio emitidas por corpos celestes através de antenas parabólicas de grandes dimensões. Estas ondas são semelhantes às usadas em vários meios de telecomunicações, como a televisão, a rádio e os telemóveis.
Estes aparelhos foram colocados em diferentes pontos do planeta e sincronizados, formando assim um enorme telescópio. E são tão potentes que, imagina, através deles, se estivesses sentado numa esplanada em Paris, conseguirias ler a VISÃO Júnior exposta num quiosque em Nova Iorque!
Um dos radiotelescópios usados foi o ALMA,que possui 66 antenas parabólicas e está localizado nos Andes Chilenos, a 5000 metros de altitude, no norte do Chile. O ALMA faz parte do Observatório Europeu do Sul e Portugal integra esta organização. O astrofísico português Hugo Messias foi um dos 200 investigadores que trabalharam neste projeto.
O que é um buraco negro?
Um buraco negro é um objeto no Espaço que contém muita matéria num área incrivelmente pequena. A sua poderosa gravidade suga tudo o que está próximo dele, incluindo a luz, que não lhe consegue escapar. Este situa-se na galáxia M87, a 55 milhões de anos-luz de distância da Terra. Para saberes mais sobre buracos negros, clica aqui.
Mas se são negros, porque é que se vê luz nesta foto?
Na verdade, essa luz é emitida por materiais que circulam ao redor do buraco negro.