Como tens visto nas notícias sobre Moçambique, a passagem do ciclone Idai por aquele país africano deixou um rasto de destruição. O Idai trouxe chuvas fortes e ventos que atingiram 170 quilómetros por hora, e atingiu a zona da cidade da Beira, no centro de Moçambique. Tudo piorou quando o rio Buzi começou a transbordar. A região inundada tem mais ou menos a área de 15 Lisboas juntas. Casas, colheitas e pessoas foram levadas pela água. Muita gente perdeu tudo o que tinha.
Perante esta tragédia tão grande, os alunos da Associação de Estudantes da Escola Portuguesa de Moçambique (EPM), em Maputo, a capital de Moçambique, decidiram ajudar. Foi um colega que conhecia pessoas na Beira quem lhes deu a ideia. Juntos, puseram mãos à obra e lançaram uma campanha de recolha de bens para enviar para as vítimas, muitas delas crianças e jovens como eles.
Com a ajuda de pais e professores, angariaram cerca de uma tonelada de bens, que guardaram em caixas e organizaram por conteúdo e peso. Os alunos da EPM prometem não ficar por aqui, pois a ação só termina no dia 24. Depois, tudo será entregue na Embaixada de Portugal em Moçambique.
Pediram, entre outros produtos, fraldas, roupa, calçado, comida e desinfetante para a água. O desinfetante é muito importante porque, devido às cheias, a água está contaminada e leva a doenças como tifo, malária e cólera, que se espalham muito rapidamente pela população. São as chamadas epidemias, um dos maiores perigos que estas pessoas agora enfrentam.
Sofia Gonçalves é moçambicana, tem 17 anos e frequenta o 12.º ano desta escola. À VISÃO Júnior, ela conta que «todos contribuíram. E aqueles que, por terem menos condições financeiras, não puderam dar muito, ofereceram o seu tempo». A colega, Margarida Dray, sublinha que nesta escola são todos muito solidários. «Fazemos regularmente voluntariado, e temos este sentimento de altruísmo».
Esse sentimento levou 60 alunos da Escola Portuguesa a juntarem-se à operação Unidos pela Beira, no Porto de Maputo, onde ajudaram outros voluntários a descarregar e organizar donativos com destino à Beira e ao distrito de Búzi. Ana Besteiro, uma das professoras que acompanharam estes jovens, afirma que se tratou de uma «aula prática de cidadania». «Gostamos de ajudar», garantem Sofia e Margarida.