São novos, mas já se preocupam com o ambiente. Por isso, marcharam pelas ruas de Paço de Arcos, da escola Escola Básica Dr. Joaquim de Barros até às instalações da junta de freguesia. Ali chegados, um mar de cartazes coloriu o jardim e ouviam-se alto e bom som slogans em defesa do ambiente.
A certa altura, um grupo de manifestantes dos 5º e 6º anos entrou no edifício da junta de freguesia. A presidente Madalena Castro recebeu-os «de braços abertos» e ouviu-lhes um pedido: «Disseram-me que temos de trabalhar todos juntos». A iniciativa agradou à autarca, que considerou que a manifestação é um «bom exemplo de cidadania».
Em pontas dos pés e de microfone na mão, alguns dos manifestantes atiravam palavras de ordem pela janela da junta e os colegas repetiam-nas na rua, entusiasmados. «Revolução contra a poluição!», «Marchamos pelo clima, assim não pode ser!», gritavam, enquanto erguiam os cartazes coloridos no ar. Escritas a caneta de feltro, algumas frases chamavam a atenção de quem passava na rua: «Proteja o nosso futuro», «A poluição mata-me a mim, a ti a todos».
Pais e professores ajudaram os mais jovens a organizar este protesto, num dia em que estudantes de todo o mundo fizeram greve às aulas para se manifestarem nas ruas das suas cidades em defesa do planeta. O professor Paulo Neves acompanhou os seus alunos do 2º ano, que empunhavam planetas azuis em cartão. «Temos vindo a trabalhar o tema do Ambiente ao longo do ano e a fazer várias atividades sobre o tema», explica, «Eles já estão sensibilizados para o tema e fazem muitas perguntas».
Inspirados por Greta
Na Escola Secundária Luís de Freitas Branco, alunos do 7ºG decidiram juntar-se à manifestação. Não eram muitos, mas estavam animados e certos de que é importante sair à rua para defender o planeta. A professora Alexandra Lopes já lhes tinha falado de Greta Thunberg, a menina sueca que começou sozinha a greve estudantil pelo clima e que, em poucos meses, se alargou a 123 países. «Levou a VISÃO Júnior para as aulas. Foi aí que a conheci», diz Inês Amaral, 12 anos, «Percebi que temos de ser todos a ajudar a Greta. Ela teve muita coragem para fazer isto, fez aquilo que os mais velhos não fizeram por nós».
Aos colegas do 7ºG, juntou-se Gabriela Lopes, do 7ºC. Foi a única da sua turma que fez greve à escola para participar na manifestação. «Quando soube desta iniciativa, senti-me muito inspirada. Senti que podia fazer algo pelo meu planeta», conta-nos, determinada. «Não sei se os meus colegas não vieram por medo de terem falta ou porque não se importam. Eu falei com a minha mãe, e ela disse-me que não me ia proibir de lutar por aquilo em que acredito.»