O que é ‘Miúdos a Votos’?
Brincar às eleições? Não! Esta é uma iniciativa que cruza cidadania e leitura, despertando o interesse pelos livros e permitindo a quem ainda não tem idade para votar a importância do ato. Dito de outra forma: ‘Miúdos a Votos’ combate iliteracia e abstenção.
Com este projeto, os livros tornam-se conversa de recreio e é naturalmente criada uma dinâmica em que são os próprios alunos a convencerem os seus amigos a lerem mais. Simultaneamente, são compreendidas, de forma espontânea, os mecanismos que regulam as eleições políticas – por exemplo, a necessidade da igualdade de oportunidades para expor ideias. O sucesso de ‘Miúdos a Votos’ tem sido crescente: desde a primeira edição, há seis anos, o número de votantes praticamente duplicou e foram, em 2022, 105 008 alunos, de cerca de 850 escolas!
‘Miúdos a Votos: quais os livros mais fixes?’ é uma iniciativa aberta a todas as escolas, públicas ou privadas, em Portugal ou no estrangeiro, com alunos entre o 1º e o 12º anos. Replica todas as fases de umas eleições políticas (recenseamento, apresentação de candidaturas, campanha eleitoral, votação e escrutínio), permitindo aos alunos ficarem a conhecer por dentro como se organizam e para que servem umas eleições. São os alunos o motor e o centro desta iniciativa, pensada para lhes dar voz, organizada pela VISÃO Júnior e pela Rede de Bibliotecas Escolares.
Mais de uma dúzia de escolas foram convidadas a vir até à Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, mostrar alguns dos trabalhos que realizaram para a campanha de ‘Miúdos a Votos’, numa grande festa final em que se festejam os livros e o extraordinário exercício de liberdade que é poder escolher aquilo que lemos. Livros e liberdade andam juntos. O ministro da Educação, João Costa, estará presente.
‘Miúdos a Votos: quais os livros mais fixes?’ tem o apoio da Comissão Nacional de Eleições, do Plano Nacional de Leitura 2027, da Pordata (responsável pelo apuramento dos resultados) e da Rádio Miúdos (transmite os tempos de antena de rádio). Conta ainda com o patrocínio da editora Booksmile.
Imaginação ao poder
Foram a votos, em mais de 850 escolas em todo o país (e algumas em França e Angola), 59 livros diferentes.
Durante a campanha eleitoral, os alunos constroem materiais de propaganda para a campanha eleitoral, gravaram tempos de antena de rádio, produziram filmes, organizaram comícios e arruadas, criaram canções, peças de teatro, vídeos, esculturas – tudo o que a sua imaginação lhes permitiu. Muitos dos trabalhos foram desenvolvidos no âmbito das disciplinas de Português e de Cidadania, mas também de Inglês ou de Filosofia, ou de Educação Musical ou Educação Visual, trabalhando os professores em articulação uns com os outros.
Como diz um aluno do 2º ano da Escola Básica Pedro Himalaya, em Arcos de Valdevez, num dos vídeos que gravou para a campanha eleitoral na sua escola, «nós já vencemos, porque nos divertimos e aprendemos!»