O ambiente na sala de controlo da NASA, a agência espacial norte-americana, era de entusiasmo e muitos nervos. Foi ali que a equipa responsável pela missão do robô Perseverance (Perseverança, em inglês) a Marte seguiu todo o processo atentamente.
Mas, devido à imensa distância entre a Terra e Marte, só alguns minutos após a pequena nave pousar é que tiveram a certeza de que pousara sã e salva em solo marciano. Foi aí que a sala se encheu de palmas e risos: a missão tinha sido cumprida!
Poucos minutos depois de pousar, ainda não eram 9 horas da noite em Lisboa, chegava a primeira foto da superfície de Marte, que a NASA publicou nas redes sociais.
Foram precisos sete meses desde que foi lançado no espaço, em julho, para ali chegar. E, para além da longa viagem, o momento da aterragem preocupava os cientistas. No espaço, a nave andava a cerca de 19 mil quilómetros por hora mas, para pousar, tinha de abrandar muito num curto espaço de tempo para conseguir pousar. E o pior é que os cientistas nada podiam fazer a não ser esperar cerca de sete minutos até terem a imagem – a que os cientistas chamaram «sete minutos de terror» – que confirmava que tudo tinha corrido como planeado.
Para pousar na cratera Jazero, um local muito rochoso e com penhascos, o robô teve a ajuda de um páraquedas e de uma espécie de guindaste. Além disso, estava preparado com tecnologias que o ajudaram a calcular a sua distância até ao sítio onde tinha de pousar e a abrir o pára-quedas na altura certa. Este é sempre um momento crítico e, ao contrário desta, já houve outras missões que não foram bem-sucedidas.
Agora que está por sua conta no ‘Planeta Vermelho’, Perseverance vai começar o seu trabalho em solo marciano. Terá de recolher amostras de rochas, com o objetivo de encontrar (ou não) no meio das placas rochosas antigos vestígios de vida.
No ar, terá como «companhia» um pequeno drone-helicóptero, o Ingenuity (Ingenuidade, em inglês), a primeira aeronave enviada para outro planeta, que tem mão portuguesa: Florbela Costa, uma engenheira aeronáutica, que ajudou no desenvolvimento do aparelho. Ingenuity irá a judar a perceber como se comportam estes aparelhos na atmosfera fina de Marte.