Podemos classificar as árvores em dois grandes grupos, consoante se perdem ou não as suas folhas ao longo do ano. São as árvores de folha perene (as que ficam sempre verdinhas) e as árvores de folha caduca (as que mudam a cor das folhas e perdem-nas a seguir).
Por exemplo, o pinheiro é uma árvore de folha perene. Embora vá deixando cair as suas folhas em forma de agulha, formando a caruma sobre o solo dos pinhais, estas árvores fazem esta renovação de forma a que tenham sempre folhas verdes na sua copa.
Tal como outras plantas, como o abeto ou o cipreste, estas árvores estão adaptadas a climas mais frios, e, devido a isso, crescem lentamente. Investir energia a perder todas as folhas para as voltar a formar na primavera sairia muito caro a estas espécies. Assim, embora as suas folhas sejam pequenas ou em forma de agulhas, mantêm-nas ao longo do ano.
As árvores de folha caduca, por outro lado, são plantas que, evolutivamente, arranjaram um bom compromisso entre gastar energia em formar novas folhas e terem um período em que as perdem todas. São árvores mais típicas de climas temperados, com verões mais quentes e invernos chuvosos. Apostam em terem folhas grandes e desenvolvidas nos meses quentes, para fazerem a fotossíntese, e no inverno descansam, à espera de melhores dias.
A fotossíntese é um processo complexo que ocorre nas células das folhas. É o mecanismo a partir do qual as plantas conseguem absorver a luz do Sol e desta energia transformar o dióxido de carbono da atmosfera e da água em açúcares, os quais vão servir para se nutrirem e crescerem. Para realizar a fotossíntese, existem umas moléculas nas folhas que se chamam pigmentos fotossintéticos.
Já ouviste falar da clorofila?
A cor verde das folhas deve-se à presença de grande quantidade desta substância nas suas células. Por um lado, dá cor às folhas e, simultaneamente, permite à planta fazer a fotossíntese. Mas, para além destes pigmentos verdes, as folhas também têm outros pigmentos que a ajudam a captar a luz solar para realizarem a fotossíntese!
São elas: as xantofilas, que dão cor amarela; os carotenoides, que dão cores amarelas, laranjas ou avermelhadas. Todas as células das folhas das plantas caducas têm uma mistura destes pigmentos, sendo a clorofila a mais abundante, ficando as folhas de cor verde.
Com a chegada do outono, o número diário de horas de luz reduz-se e a temperatura desce. Nessa altura, as células das folhas deixam de produzir clorofila e a quantidade de pigmento verde começa a ser cada vez mais pequena. Assim, começamos a vislumbrar, lentamente, as cores dos outros pigmentos que estavam escondidos! Umas semanas depois, quando as árvores se vestem de amarelo, laranja e vermelho, as folhas acabam por cair.
É tempo de a árvore descansar até voltar a primavera, com todo o seu esplendor de novas folhas!
Este texto foi originalmente publicado na VISÃO Júnior n.º 162