O passeio pode começar com um brincadeira: meterem-se no carro e ouvirem as duas canções que passaram na noite de 24 na rádio e serviram como senha secreta: ao ouvirem-nas, os militares saíram dos quarteis e começaram a revolução. São elas E Depois do Adeus, cantada por Paulo de Carvalho, e Grândola, Vila Morena, de José Afonso. Tal como os militares fizeram, depois de ouvida a última música, é pôr o motor a trabalhar e partir! Sem esquecer, claro, de levar a VISÃO Júnior de abril, que explica o que mudou em Portugal com a revolução.
Quartel da Pontinha, Lisboa – Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas
Foi a partir daqui que todas as movimentações dos dias 24 a 26 de abril foram comandadas. Na sala com figuras em cera que recordam alguns dos militares, os seus filhos poderão ver, por exemplo, um rádio antigo e os telefones com os quais os militares comunicavam entre si. Mas atenção: a sala só está aberta para visitas livres no dia 25, entre s 10h e as 13h. Habitualmente, há só visitas no terceiro sábado de cada mês, o que quer dizer que será visitável também no dia 23, mas aí será necessário marcar lugar escrevendo para o email cultura@cm-odivelas.pt.
Quartel da Pontinha, Av. Do Regimento de Engenharia nº1, Pontinha. Dia 25, das 10h às 13h.
Quartel do Carmo, Lisboa
Marcelo Caetano (que era o presidente do Conselho, cargo equivalente ao do primeiro-ministro) refugiou-se neste Quartel quando soube que estava em curso um golpe de Estado. Os militares ocuparam o Largo, com Salgueiro Maia comandando as tropas e obrigando Marcelo Caetano a render-se, que saiu dali na chaimite Bula. O Largo rapidamente ficou apinhado de populares, que apoiavam os militares. Apesar do Largo estar hoje cheio de esplanadas, as árvores mantêm-se e é possível sentir o que seria aquele largo num momento tenso, cheio de gente ávida pela liberdade. E será possível enrolar a VISÃO Júnior, e fazer dela um megafone a lembrar o que o Salgueiro Maia usou, e tirar uma fotografia no lugar histórico em pose heroica!
Comprar um cravo
Se há passeios para os quais é aconselhado roupa confortável, para este não pode faltar um cravo na lapela. A flor que os soldados colocaram nos canos das espingardas é o que melhor simboliza a esperança e a paz que o 25 de Abril trouxe, e o primeiro passo para uma criança entender o que foi o 25 de Abril é mesmo comprar um cravo…
Rua António Maria Cardoso, Lisboa
Descendo para a Rua Garrett, e depois fazendo a Rua António Maria Cardoso, encontrará, do lado esquerdo, o local onde era a sede da PIDE, a polícia política do regime. Era ali que as pessoas que eram presas eram interrogadas e muitas vezes torturadas. Hoje, do local, só resta uma placa a assinalar o lugar. Se quiser fazer o percurso completo dos locais importantes em Lisboa relacionados com a revolução, sugerimos que descarregue este folheto de um peddy-paper sugerido pelo Museu do Aljube.
Museu do Aljube, Lisboa
Aqui poderão experienciar o que era estar preso numa cadeia política: era nos minúsculos cubículos do segundo andar, sem luz natural, que os presos ficavam em isolamento. Foi aqui que esteve preso, por exemplo, Mário Soares. Mas neste Museu comemora-se também a liberdade: nos dias 24 e 25, a partir das 4 da tarde, no quarto andar cria-se uma pista de dança com música de intervenção escolhida por músicos, e as paredes tornam-se num mural coletivo onde cada um pode escrever o que quiser. onde A entrada no Museu do Aljube é gratuita para quem vive em Lisboa.
Museu do Aljube, Rua de Augusto Rosa, 42 (perto da Sé de Lisboa).
Entrar dentro de uma chaimite, Lisboa
Todos os anos, depois do desfile comemorativo do 25 de Abril na Av. da Liberdade, é habitual uma chaimite igual às usadas no 25 de Abril estar parada no Rossio, em frente ao Café Nicola. Uma chaimite é um pequeno carro de combate. Os militares costumam permitir que as crianças subam para cima da chaimite e entrem lá dentro.
Rossio, Lisboa, dia 25 à tarde.
Concerto ‘Mais Alto!’, Lisboa e Guarda
Um concerto para crianças com mais de 6 anos e jovens, em que quatro músicos sobem a palco e mostram como a música pode mudar o mundo. Há ilustrações e comentários e desenhos da editora Planeta Tangerina, Bernardo P. Carvalho e Isabel Minhós Martins. O espetáculo, que está integrado nas comemorações oficiais dos 50 anos do 25 de Abril, está a percorrer o País.
Dia 24, 12h, Quartel da Pontinha, Lisboa. Dia 25, 16h, Palacete de S. Bento. Entrada gratuita. Dia 29, Teatro Municipal da Guarda, 10h e 14h30.
Casa da Cidadania Salgueiro Maia, Castelo de Vide
Aberto em julho do ano passado, este museu, dentro das muralhas de Castelo de Vide, tem o espólio do capitão de Abril e pretende ser um espaço de cidadania. Entre os objetos pessoais de Salgueiro Maia, encontra-se o megafone que utilizou no dia 25 de Abril, no Quartel do Carmo. O museu estará aberto no dia 25.
Castelo de Vide, tel. 245 908 232. Das 9h15 às 12h45 e das 14h15 às 16h45.
Escola Museu Salgueiro Maia, Coruche
Na antiga escola primária da aldeia de São Torcato, concelho de Coruche, recria-se como era uma sala de aula antes do 25 de Abril. Lá está o retrato de Salazar e o crucifixo, obrigatório em todas as salas de aula. Os seus filhos poderão aqui perceber como era diferente ir à escola naquele tempo (em que um quarto da população era analfabeta) e o que é hoje. O Museu tem também uma sala dedicada ao percurso de Salgueiro Maia, que viveu na zona durante anos.
Escola Museu Salgueiro Maia, aldeia de São Torcato, Coruche (ver aqui como chegar). Dia 25, das 10h30 às 13h e das 14h30 às 18h.
E ainda….
A VISÃO Júnior deste mês tem um passatempo em que os seus filhos podem ganhar o livro Avó, Onde é que estavas no 25 de Abril?, de Ana Markl.