Durante o estado de emergência, no primeiro confinamento, em 2020, talvez tenhas visto, na televisão ou na zona onde vives, os drones da Unidade Especial de Polícia sobrevoar ruas, jardins e a patrulhar as praias. Através de um altifalante que transportavam, pediam às pessoas para irem para casa.
Nessa altura, na cidade de Ovar, onde havia um grande número de pessoas infetadas com Covid-19 (doença provocada pelo novo coronavírus), não se podia entrar e sair da cidade livremente, para evitar que a doença se alastrasse a outras regiões. Também ali a polícia usou drones para, lá do alto, controlar o movimento de pessoas e veículos.
Em ambos os casos, os drones foram uma grande ajuda. Mas são muitas as situações em que estes pequenos aparelhos voadores são úteis. Quando se junta muita gente, como nas festas dos santos populares, nos concertos de verão ou nos jogos de futebol, muitas vezes há confusões e até violência.
«Lá de cima, os drones conseguem ver antes de nós onde podem surgir confusões, e isso dá-nos tempo para tomar medidas e evitar problemas», explica-nos o chefe Cartaxo Santos, da Unidade Especial de Polícia. Nas estradas, quando há um acidente e se formam filas de carros, através das imagens aéreas captadas pelos drones, o comando consegue ver onde tem de se cortar o trânsito ou encontrar caminhos alternativos.
Busca de pessoas desaparecidas
Se alguém desaparece sem deixar rasto numa zona de floresta ou mato, por exemplo, os drones são uma ferramenta valiosa nas operações de busca. Com uma câmara térmica – que deteta pontos de calor –, indicam a presença de um ser humano mesmo que não esteja visível, já que o nosso corpo tem uma temperatura média de 37 ºC.
Por outro lado, formam uma boa equipa com os cães da brigada cinotécnica, como nos diz o chefe Cartaxo Santos: «Os cães não trabalham durante a noite, mas os drones podem continuar as buscas, equipados com um holofote e uma câmara noturna.»
Este artigo foi originalmente publicado na edição nº 194 da VISÃO Jùnior.