Governantes de 197 países, ativistas e cientistas estiveram em Glasgow, na Irlanda, durante 12 dias, para debater assuntos tão importantes para o ambiente como a redução das emissões de carbono ou formas de manter o aquecimento do Planeta abaixo de 1,5 graus centígrados.
Os cientistas já avisaram: os governos devem tomar medidas concretas que combatam urgentemente as alterações climáticas. E este ano tem sido apontado como a última oportunidade para fazer a diferença.
A COP26 é o órgão de tomada de decisões da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, um tratado que foi assinado na Cimeira da Terra, no Rio de Janeiro, em 1992. Desde então, têm-se realizado encontros regulares para discutir este tema, alguns com resultados importantes, como os Acordos de Paris, na COP21, em 2015, de que também já deves ter ouvido falar.
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Os dados apresentados até agora levam a ONU a prever um aquecimento global do Planeta de 2,7 graus centígrados ainda este século, o que torna urgente reduzir ainda mais as emissões, e mostra que o que tem feito não tem sido suficiente. Mas a verdade é que foi muito difícil encontrar um texto final, uma espécie de relatório, que todos os países participantes aceitassem assinar e que representasse o compromisso das suas ações daqui para a frente.
A maior dificuldade foi chegar a acordo sobre a redução drástica de uso de carvão para produzir energia. Foi a primeira vez que se mencionou o carvão num acordo deste tipo e isso representa um progresso importante. Mas o acordo inicial, que falava em caminhar para o fim progressivo do uso de carvão, foi rejeitado por dois países, a Índia e a China, que propuseram que se dissesse apenas «reduzir de forma progressiva o carvão», o que muitos consideram uma desilusão.
Outro ponto do acordo assinado diz respeito à negociação de carbono. O que é isso?, perguntas tu. Funciona assim: um país que esteja a poluir muito pode comprar «créditos» de um que esteja a poluir menos do que o estava acordado. Este «jogo» permite que os países poluidores continuem a poluir – mais até do que estava acordado. Para que os países não abusem muito deste jogo, foram criadas novas regras. Reta ver se ~serão cumpridas.
E Portugal?
O nosso país comprometeu-se a atingir a neutralidade carbónica até 2050 e mantém esse objetivo. Neutralidade carbónica é o ponto de equilíbrio, ou balanço zero, entre as emissões de gases com efeito de estufa e a capacidade de a atmosfera o «sugar».
Organizações ativistas, como a Climáximo, já estão a organizar ações pós-COP26, como uma ida à Refinaria de Sines, no dia 18 de novembro, para defender o seu encerramento, e o movimento Greve Climática Estudantil (@greveclimaticaestudantil) organizou algumas manifestações no país durante a semana, em Lisboa e no Porto, em protesto contra as promessas falhadas dos políticos.
A conclusão geral é de que este foi um acordo histórico que não se julgava possível, mas que ficou aquém do que seria desejável para o Planeta. Já está marcado novo encontro para o próximo ano no Egito para fazer o balanço e tomar novas medidas.