Quinze dias sem pisar terra firme foi o tempo que Greta Thunberg, a ativista sueca de 16 anos, levou para chegar a Nova Iorque. É naquela cidade norte-americana que terá lugar a Cimeira do Clima da ONU (Organização das Nações Unidas), na qual Greta vai participar, no dia 23 de setembro.
Centenas de pessoas deram-lhe as boas-vindas, no cais de Manhattan, no dia 28, com cartazes, palmas e palavras de apoio. Hoje, juntaram-se a ela em mais uma manifestação em defesa do Planeta. Afinal, é sexta-feira, o dia em que faz greve às aulas para ir para a frente do parlamento do seu país em sinal de protesto! Tudo começou há um ano, na Suécia, quando era só ela e um cartaz. Hoje manifestou-se em frente ao edifício da ONU, acompanhada por muitas crianças, jovens e adultos que veem nela uma inspiração.
Uma aventura no mar
Mas, para chegar a Nova Iorque, Greta teve de atravessar o oceano Atlântico numa viagem que demorou duas semanas. Partiu de Plymouth, em Inglaterra, e percorreu quase 5000 quilómetros [três mil milhas] num iate cedido pelo príncipe Pierre Casiraghi do Mónaco.
Se tivesse ido de avião, a viagem duraria pouco mais de oito horas! Só que Greta afirmou que não voltaria a viajar de avião, por este ser um meio de transporte muito poluente. Desde então, tem preferido o comboio e, agora, um barco.
A acompanhá-la nesta aventura estiveram o seu pai, Svante Thunberg, o príncipe Pierre e Boris Hermann, que se revezaram no leme, e um documentarista, que filmou a viagem.
A viagem foi o mais ecológica possível, graças aos painéis solares e às turbinas subaquáticas que geraram eletricidade. As grandes velas do iate Malizia II foram o «motor» da embarcação, e só se usaram combustíveis fósseis para aquecer a comida. Luxos no barco não havia, e até a comida era liofilizada (um tipo de desidratação).
Greta sofreu alguns enjoos, a equipa enfrentou tempestades, e os ventos desviaram-nos da sua rota, atrasando a viagem. «Foi como fazer campismo numa montanha-russa», disse, já em terra, aos jornalistas.
Em defesa do Planeta
Durante os 15 dias de viagem, a jovem continuou a seguir as notícias, comentando nas redes sociais os grandes fogos na floresta amazónica: «Mesmo aqui no meio do oceano Atlântico, ouço sobre a quantidade recorde de incêndios devastadores na Amazónia. Os meus pensamentos estão com os afetados. A nossa guerra contra a natureza deve acabar.»
Este e outros assuntos relacionados com as alterações climáticas serão discutidos na Cimeira do Clima, nas Nações Unidas, este mês. O objetivo é que os países cheguem a um acordo sobre as medidas urgentes a tomar em defesa do Planeta e do ambiente. António Guterres, o secretário-geral das Nações Unidas tem apelado à ajuda dos governantes mundiais… E apoiado Greta nas suas manifestações.
Quando a jovem desembarcou, em Nova Iorque, apressou-se a enviar-lhe uma mensagem através das redes sociais: «Bem-vinda a Nova Iorque, Greta. A determinação e perseverança que revelaste durante a tua viagem devia encorajar-nos a todos a participar na cimeira. Devemos responder ao pedido de todas as pessoas à volta do mundo para enfrentarmos esta crise climática global».
Depois de participar na cimeira, a ativista continuará a sua viagem pelo Canadá, México e Chile, onde deverá participar noutra conferência.