«Na aula de oficina experimental foi-nos perguntado qual era o tema que queríamos desenvolver na flexibilidade curricular e havia a opção de ajudar os animais. Como as aves precisavam de ajuda para terem um lar onde viver, escolhemos ajudar as aves da região», explica Matilde Oliveira, 10 anos. Depois, a professora da disciplina sorteou um ave para cada aluno, e os miúdos foram conhecer as suas características. «Estão duas turmas a trabalhar no projeto, por isso somos cerca de 40. Cada aluno ficou com uma ave “sua”, da qual têm que saber todas as características e adaptar o que se faz no projeto consoante a ave que lhes calhou», afirma Soraia Lopes, 11 anos.
É isto mesmo que o projeto Escolas Solidárias Fundação EDP proporciona: que os alunos e as escolas se envolvam em questões que afetam a sua comunidade. Já existe desde 2010 e quer apoiar escolas e projetos que tentem «erradicar a pobreza e a fome, promovam a sustentabilidade económica, garantam mais Educação e melhor Saúde, cuidem das comunidades mais vulneráveis, promovam a inclusão, fomentem a sustentabilidade ambiental ou apoiem o desenvolvimento humano», referiu Margarida Pinto Correia, diretora de Inovação Social da Fundação EDP.
Na Escola Básica D. Afonso, em Ourém, começaram a desenvolver-se atividades já em outubro. Convidaram uma especialista em aves, Beatriz Martins, «que nos ensinou várias coisas sobre as aves e nos mostrou onde podemos pesquisar», contou-nos Inês Silveira. «Também organizamos uma exposição de um fotógrafo que no seu tempo livre com o seu filho, fotografa aves na região de Ourém». Os ninhos, os bebedouros e comedouros vão ser postos em sítios estratégicos da escola e os alunos vão ficar responsáveis por manter os alimentos e a água; esta parte do projeto será desenvolvida na próxima primavera, já que esta é a altura ideal para o fazer.
Na edição de 2019, o projeto EDP Escolas Solidárias contou com 514 escolas e mais de 52 mil alunos a participarem. Foram desenvolvidos mais de 2 mil e trezentos projetos, por mais de mil e trezentas equipas. «Empenhados em resolver questões que afetam as comunidades onde se inserem, juntos – professores, alunos e comunidade escolar – dedicaram cerca de quatro milhões de horas a este programa», garante Margarida Pinto Correia.