A capacidade de regenerar novas partes do corpo é uma capacidade de vários animais. Mas essa habilidade normalmente fica-se por fazer crescer apêndices ou caudas, como as lagartixas, não corpos inteiros. O que os cientistas descobriram agora é que duas espécies de lesmas-do-mar (Elysia cf. marginata e Elysia atroviridis) conseguem, desta forma, trocar de corpo.
Surpreendentemente, as lesmas-do-mar usadas neste estudo, publicado esta semana na revista científica Current Biology, auto decapitaram-se e regeneraram um novo. O corpo descartado não regenerou uma nova cabeça.
As lesmas estudadas no laboratório começaram a ingerir algas algumas horas depois de se decapitarem, e a regenerar o coração depois de sete dias. Ao fim de 20 dias, o processo estava completo: o novo corpo estava pronto.
Mas os animais mais velhos não tiveram tanta sorte: os que se decapitaram umas centenas de dias mais tarde não se alimentaram e morreram 10 dias depois.
Uma das autoras do estudo, Sayaka Mitoh, estudante de doutoramento no Departamento de Biologia da Universidade Feminina de Nara, no Japão, explicou à CNN que a equipa não conseguiu entender porque é que as lesmas-do-mar libertaram partes vitais do corpo, mas põe a possibilidade de ser uma estratégia para remover parasitas internos.