Dois quase afogamentos quando era criança deixaram Violeta com pavor do mar. Mas, ao mesmo tempo, sentia-se atraída pela fonte do terror. “Sempre tive um fascínio pelo mar, mas passei por duas situações que me deixaram com medo e afastada durante quase 25 anos. Então, há cinco anos, tive uma experiência transformadora que me fez superar o medo. Aprendi a nadar, a dançar debaixo de água, terapias aquáticas…”
Violeta Lapa depressa recuperou o tempo perdido – hoje, faz do mar a sua vida, através da Oceans and Flow, uma empresa de experiências aquáticas em Sesimbra. Um sonho que começou do outro lado do mundo. “Fiz uma viagem sozinha à Tailândia, para um encontro de dança subaquática, que era uma coisa que eu queria muito. Aprendi a nadar em 20 minutos.”
Da natação à dança subaquática foi um saltinho. “Dançar no mar é uma sensação de muita leveza, como se fosse um abraço do mar. Sentimos bem-estar, é-nos familiar. É uma sensação de estar em casa.” Nos anos seguintes, fez 30 viagens ao sueste asiático, sempre nesta descoberta do mar.
Dois clipes de documentários de dança subaquática, com Violeta Lapa …………………………………………Mas o paraíso que encontrou tinha um lado negro: a poluição. Essa descoberta levou-a a associar-se a movimentos ambientalistas de limpezas de praia e a criar o seu próprio projeto de sensibilização ambiental. “O Programa Atlantis é uma continuação desta pesquisa aquática que é o Oceans and Flow. Foi uma expedição aos Açores em 2017, que deu origem a um documentário, que trouxe a inspiração para um programa de educação ecológica para jovens nas escolas, em que o mar é a sala de aula.”
As sessões do Programa Atlantis começaram em março, no Dia Mundial da Água, e vão até julho. Integrado no programa estão ainda as Ocean Talks, uma conferência esta sexta-feira, 7, no cineteatro de Sesimbra (e com transmissão online), com a participação de especialistas em ecologia, reflorestação marinha e zero waste.
O projeto é um pequeno contributo para ajudar a que os oceanos tenham um futuro. Por agora, continuamos a matar o mar. “Encontrei muito lixo em todo o lado, até em ilhas remotas. É uma dor ver o impacto que tem na vida marinha.”
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