O peixe ósseo mais pesado do mundo foi apanhado, já morto, perto da ilha do Faial, nos Açores, a 9 de dezembro de 2021. O animal, com 2744 quilos de peso, 3,59 metros de altura e 3,25 metros de comprimento. pertence à espécie Mola alexandrini, regularmente conhecido como peixe-lua. A descoberta foi confirmada por uma equipa de cientistas portugueses e estrangeiros, que o recolheu e estudou, e que publicou os resultados na investigação na revista científica Journal of Fish Biology.
Embora existam peixes cartilagíneos (a que pertencem os tubarões e as raias) mais pesados do que este, como é o caso do tubarão-baleia, que pode chegar a pesar 20 toneladas, o peixe-lua é o mais pesado entre os ósseos.

“Estas descobertas melhoram a nossa compreensão sobre a biologia desta espécie e o papel dos animais que se alimentam de seres gelatinosos. Revelam ainda que o oceano continua saudável para sustentar os maiores animais do planeta, mas chamam a atenção para os riscos que estes correm e a necessidade de mais medidas de conservação”, sublinham os responsáveis da Associação de Naturalistas do Atlântico, que só em 2018 clarificou a existência dos peixes-lua gigantes Mola alexandrini, confirmando ser uma espécie autónoma, independente da mais conhecida Mola mola (de que até há pouco tempo havia um exemplar no Oceanário de Lisboa).
O estudo não conseguiu determinar a causa da morte do peixe-lua, que tinha uma ferida semicilíndrica, perto da cabeça, com 12 centímetros de profundidade. A parte vermelha naquela zona deixa em dúvida se o animal terá chocado com uma embarcação antes de morrer ou mesmo contra outro animal. No entanto, as conclusões foram inconclusivas.
Estes peixes vivem nos mares tropicais e temperados, e as medusas e alforrecas são a base da sua alimentação. Ocasionalmente, podem aparecer nos Açores, na Madeira, ilhas Canárias e Cabo Verde. O maior exemplar desta espécie, até agora, foi encontrado em 1996 ao largo do Japão – um espécime com 2300 quilos, quase menos 500 quilos do que o “português”.