É uma forma diferente de dar dicas aos consumidores no momento de escolher o peixe que compram: o Laboratório Colaborativo para a Bioeconomia Azul compilou 10 regras de ouro, a que chamou “10 mandamentos do pescado”.
A associação sem fins lucrativos, que junta empresas de produção e distribuição e instituições de ensino e investigação, pretende assim dar algumas indicações úteis sobre como optar pelo peixe certo, do ponto de vista de sustentabilidade ambiental, saúde e sabor, derrubando alguns mitos pelo caminho.
Por exemplo, logo no primeiro mandamento (“Amar o pescado, local, nacional ou europeu, de aquacultura ou selvagem”), o Laboratório lembra que há 15 anos que não são usados antibióticos de forma preventiva na União Europeia e que as famosas hormonas de crescimento estão banidas há quatro décadas.
Outro mandamento sugere privilegiar-se o consumo de pescado, devido a uma melhor taxa de conversão alimentar em proteína. Citando um estudo da Nofima (Instituto Norueguês de Investigação em Alimentos, Pesca e Aquacultura) e da Global Aquaculture Aliance, a associação sublinha que 100 quilos de ração resulta em 61 quilos de carne comestível, no caso dos peixes, enquanto que no frango dá 21 quilos – e menos ainda no caso do porco e da vaca, com 17 quilos para o primeiro e 4 a 10 quilos para o segundo.
O Laboratório Colaborativo para a Bioeconomia Azul pede ainda para que os consumidores não comprem espécies que não existem em Portugal nem espécies ameaçadas; se for peixe capturado ou criado fora da UE, que seja pelo menos de origem certificada.
Esta é a lista completa dos 10 mandamentos que, segundo a associação, os consumidores devem seguir religiosamente.
1. Amar o pescado, local, nacional ou europeu, de aquacultura ou selvagem
2. Não tomar todo o pescado de aquacultura por igual
3. Consumir peixe de aquacultura, local e nacional, em dias de festa… e em todos os outros
4. Honrar espécies selvagens menos conhecidas
5. Privilegiar o consumo de pescado em detrimento de outras proteínas animais
6. Não contribuir para a pesca ilegal: escolher sempre que possível pescado local, nacional ou europeu. Na ausência destas opções, optar por peixe certificado e que indique qual é o país de origem
7. Não se privar do paladar requintado: o peixe de aquacultura é tão saboroso como o selvagem
8. Não levantar falsos testemunhos contra o pescado de aquacultura ou o pescado selvagem de origem nacional ou europeia
9. Não desejar as espécies que não existem em Portugal nem espécies ameaçadas
10. Não cobiçar peixe “mal-amanhado” – exigir sempre pescado de pupilas brilhantes, pele e carne firmes, cheiro a mar e guelras de cor viva