Um estudo conduzido pela Academia de Ciências israelita concluiu que as rápidas subidas de temperatura da água estão a pôr em risco a fauna e a flora marinhas.
A investigação foi motivada pelo aparecimento de centenas de peixes mortos na costa israelita, em julho de 2017 – uma ocorrência rara em Eilat, como disse um dos investigadores ao The Guardian: “Os peixes estavam frescos…as guelras ainda estavam vermelhas.”
Em setembro do mesmo ano, o número de carcaças recolhidas tinha aumentado para 427, divididas por 42 espécies. Deste total, realizou-se a autópsia a 14 peixes – o que veio a comprovar que, em 13 dos casos, a morte dos animais podia ser explicada pelo contacto com a Streptococcus iniae, uma bactéria patogénica.
Após compararem os resultados com outros estudos internacionais, os investigadores estabeleceram uma relação entre o aumento de temperatura nos oceanos e a morte em massa de peixes e outras espécies marítimas. E terá sido isso, e não o pico de temperatura atingido, que provocou as mortes. Apesar de ter ficado longe de bater recordes, o ritmo de crescimento alcançou os 4,2 graus centígrados em dois das e meio, em julho de 2017.
“O que temos aqui é um problema biótico (uma infeção bacteriana) e um problema abiótico (aumento da temperatura) que ocorreram em simultâneo. É possível que a infeção tenha baixado a tolerância termal do peixe e originado este número de mortes… Mas é pouco provável que este fenómeno se deva somente à temperatura” explicou ao Guardian Kurt Gamperl, um investigador da Universidade de Newfoundland, que não esteve envolvido no estudo.
O mesmo tinha ocorrido no Kuwait, em 2001, e na Austrália, em 2011, quando, pouco antes de um pico de temperatura, se verificou também um aumento muito rápido.