Miguel Cardoso queria apostar no seu país natal. Por isso, recusou um convite para dirigir uma biorefinaria holandesa de algas e instalou-se na Madeira para criar a MadeBiotech em 2011. O doutorado em biotecnologia/engenharia de processos, com uma carreira construída nos Países Baixos, queria “aproveitar os recursos e as condições disponíveis no país para o desenvolvimento de biorefinarias integradas”, conta à Visão.
Trata-se de uma empresa que se destaca pela valorização dos recursos naturais, quer a nível das extrações de compostos ativos de matrizes biológicas, quer a nível dos processos fermentativos para a produção da biomassa.
“A química verde e o desenvolvimento de tecnologias ambientalmente sustentáveis são a nossa imagem de marca”, afirma Miguel.” Acreditamos que a aposta em processos ambientalmente responsáveis não só aumenta a competitividade económica, mas também responde às exigências de um mercado cada vez mais esclarecido.
Tecnologias exclusivas
A MadeBiotech tem-se focado no estudo e desenvolvimento de um conjunto integrado de processos que permitam a valorização integral de uma das matérias-primas mais promissoras do séc. XXI, as algas, além de se preparar para investigar áreas como o tratamento da água, dos vinhos, da produção de biocombustíveis e do aproveitamento integral de micro e macro-algas.
Outro dos objetivos passa por potenciar patentes com os produtos e técnicas desenvolvidas, que serão licenciadas a empresas de vários setores para recolher mais fundos para cimentar as diferentes áreas de investigação. A MadeBiotech já está no terreno a criar uma rede internacional para beneficiar das tecnologias exclusivas que “já são reconhecidas e procuradas a nível mundial e com o investimento feito em equipamentos laboratoriais e industriais”.
Após garantir clientes que vão da Noruega à Irlanda, passando por Espanha, Holanda ou Israel, as metas no futuro passam por uma internacionalização ainda maior e por uma aposta cada vez mais forte na valorização sustentável de recursos marítimos.