Além do acompanhamento ideal de uma cervejinha, numa tarde de calor, o tremoço pode ser, também, a solução perfeita para a saúde da agricultura biológica, dos campos de golfe ou das culturas de estufa, sem causar qualquer tipo de dano ao ambiente.
Da planta do tremoço consegue extrair-se uma proteína com extraordinárias propriedades fungicidas, e que, ao mesmo tempo, “se pode comer à colher”, revela Ricardo Boavida Ferreira, 50 anos, um dos investigadores envolvidos na descoberta dessa substância, designada Blad, já lá vão 16 anos.
Em 11 anos de trabalho, no Instituto Superior de Agronomia e no Instituto de Tecnologia Química e Biológica, comprovou as propriedades de ataque a fungos como o mídio ou o oídio, descritos em diversos artigos científi cos, assinados por outro dos envolvidos na descoberta, Artur Ricardo Teixeira.
“Nesta altura deixámos de publicar porque percebemos que poderíamos produzir uma patente e comercializar o produto”, diz Ricardo Ferreira. Seguiu-se a fase de estudo genético da proteína Blad, com a entrada de um novo reforço na equipa, Sara Monteiro, e a constituição de uma empresa, a CEV (Consumo em Verde), na qual participa também Virgílio Loureiro.
Muito trabalho de bastidores, de que resultou um produto aparentemente sem mácula: inócuo para o Homem e outros animais, eficaz no combate às pragas e até com algum efeito estimulante no crescimento das plantas, completamente biodegradável e que não exige tempos de espera entre a aplicação e a colheita. Ricardo Ferreira sublinha: “Não há nada do género no mundo.”