18 Partilhe o carro (e as despesas)
Decore este nome: carpooling. É uma prática comum noutros países que consiste em juntar pessoas que façam o mesmo percurso diário num só carro, dividindo as despesas. Inexplicavelmente (atendendo aos preços dos combustíveis, acima da média europeia), em Portugal a moda nunca pegou. Faça-se os cálculos: uma pessoa que percorra 50 quilómetros por dia útil, num percurso de ida e volta entre casa e o emprego, num carro que consuma sete litros aos cem (contas feitas por baixo, atendendo ao habitual pára/arranca que caracteriza o trânsito nas horas de ponta), gasta €1 110 pelos 11 meses de trabalho num ano (847 litros de gasolina a €1,31 o litro – isto sem contar com portagens ou estacionamento). Se tiver carro e arranjar duas pessoas para partilharem essa despesa, estará €740 menos pobre, no final do ano, e ainda tirou dois poluentes automóveis da estrada – o que equivale a quase quatro toneladas de CO2. Vá aos sites energiapositiva.pt ou deboleia.com e descubra as suas caras-metades.
19 Trate bem do seu automóvel
Sendo o carro o maior poluidor directo de uma família, é também onde mais se consegue fazer a diferença. Veja como: conduzir, na auto-estrada, 20 quilómetros por hora abaixo do limite de velocidade diminui os consumos e as emissões em 20%; manter os pneus na pressão certa faz gastar menos 5% de combustível do que se estiver a 0,5 bar abaixo do recomendado; andar para trás e para a frente com inutilidades no carro também faz consumir mais – por cada cem quilos, o carro bebe um litro extra de combustível, o que se traduz em €180 ao fim do ano, para um veículo que percorra 15 mil quilómetros. Um automóvel bem tratado é mais amigo da sua carteira e do Ambiente…
20 Vá de mota
Uma motorizada até 125cc consome entre um terço e um quarto de um carro, além de emitir 65% menos CO2. E a recente mudança da lei veio permitir que as pessoas com carta de automóvel ligeiro conduzam motos até essa cilindrada. Uma medida que Portugal, aliás, foi dos últimos da Europa a implementar, o que explica a baixíssima taxa de utilização das duas rodas (apesar de termos mais horas de sol do que qualquer outro país do Velho Continente). A 15 mil quilómetros por ano, um automóvel gasta €1 375 em combustível (sete litros aos cem). Juntando a isso cem euros mensais para estacionar na cidade, dá €2 475 por ano (só contando 11 meses de trabalho). Uma mota, que não precisa de pagar estacionamento, fica-se pelos 400 euros, no máximo. Ou seja, trocar quatro rodas por duas fica €2 125 mais barato, anualmente. Esse valor chega e sobra (muito) para comprar uma motorizada: o modelo de 125cc mais vendido em Portugal custa 1 500 euros. Em menos de dez meses, já está a lucrar.
21 Escolha os transportes públicos
A desagregação entre as redes de diferentes concelhos da mesma área metropolitana e a relativa baixa frequência de autocarros e comboios deixam os transportes públicos portugueses entre os piores da União Europeia. Mas também não são tão terríveis como às vezes os pintam. No que respeita ao Ambiente, não há dúvidas: um passageiro de comboio polui nove vezes menos do que um condutor de carro particular. E também desembolsa muito menos dinheiro. O passe intermodal L12, de Lisboa, que concilia comboio, metro e autocarro, custa €46,10 por mês – €507,1 por 11 meses do ano. Nesse mesmo período, o automóvel custa, em combustível e estacionamento, €2 475, para 50 quilómetros por dia. Uma poupança de 1 970 euros.