Vivemos preocupados com os microplásticos na nossa água, com os pesticidas na comida, com o lixo, com os solos, com a camada de ozono, com (claro) as alterações climáticas. E temos razões para isso. Mas o problema ambiental mais grave, com impactos diretos na saúde humana, é o ar poluído que respiramos. E ninguém está a salvo. Quem o diz é a Agência Europeia do Ambiente (AEA). “É difícil escapar à poluição do ar, independentemente do local onde vivemos. Pode afetar seriamente a nossa saúde e o ambiente. Embora a qualidade do ar na Europa tenha melhorado nas últimas décadas, os níveis de poluentes atmosféricos ainda excedem os padrões da UE e as diretrizes mais rigorosas da Organização Mundial da Saúde [OMS].”
A má qualidade do ar é a maior causa ambiental de doenças e mortes prematuras. Estima-se que mate, todos os anos, 7 milhões de pessoas no mundo, o que equivale a 10% do total de mortes – mais do que as mortes de Covid desde o início da pandemia até hoje (6,8 milhões, segundo a contagem da OMS). As crianças estão no olho do furacão. Na África Subsariana, a poluição do ar terá matado meio milhão de recém-nascidos em 2019, diz um estudo da Universidade da Califórnia, EUA. Naquela região do globo, 2,42 milhões de bebés morrem nos primeiros 27 dias de vida, pelo que um em cada cinco é vítima do ar que respira.
