Pela primeira vez, foram analisadas as repercussões ambientais de diferentes gerações, em Portugal. O estudo Limites Ecológicos – O Impacto Intergeracional do Uso de Recursos Naturais, dos investigadores Tiago Domingos e Ricardo da Silva Vieira – o último do projeto Justiça Intergeracional, da Fundação Calouste Gulbenkian –, conclui que todas as gerações nascidas depois de 1900 ultrapassaram os seus limites ecológicos nas categorias avaliadas (alterações climáticas, poluição da água, consumo de água doce, produção e deposição de resíduos, poluição atmosférica, destruição da camada de ozono e pressão sobre os ecossistemas).
“Estamos a deixar um mau legado para as gerações futuras”, avisa o responsável pelo projeto, Luís Lobo Xavier, diretor de Planeamento e Estratégia da Gulbenkian, realçando três temas críticos: consumo de água doce, alterações climáticas e poluição da água. Os nossos filhos e netos “vão ter uma vida mais difícil”, em termos ambientais, mas “também já dispõem do conhecimento necessário para fazer diferente”, acrescenta, com uma pitada de otimismo.