Um dos maiores impactos das emissões de gases com efeito de estufa dá-se nos oceanos, com o aquecimento das águas e a acidificação decorrente da absorção do dióxido de carbono (CO2) – 40% do que é emitido pelo Homem vai parar ao mar.
Estes dois efeitos, juntos, estão a matar os corais, sobretudo a Grande Barreira de Coral, na Austrália, através de um fenómeno conhecido por branqueamento. As altas temperaturas e as águas mais ácidas impõem uma camada de stress aos corais, fazendo com que estes expulsem as algas simbióticas, e assim perdendo a cor. Sem estas algas parceiras, os corais morrem à fome. Segundo a National Geographic, até 2100, a maioria dos sistemas de recifes irão desaparecer, a menos que as emissões de carbono sejam reduzidas.
Este fenómeno é um problema porque os recifes fornecem habitat a um milhão de espécies e ajudam a proteger o litoral da erosão provocado pelas tempestades tropicais.
Têm sido apresentadas várias soluções para tentar resolver esta situação. Um dos últimos é um projeto chamado CalcifEXE, desenvolvido por alunos da Universidade de Exeter, Reino Unido, envolvidos na IGEM (organização sem fins-lucrativos inglesa que se foca na biologia sintética): usando bactérias geneticamente modificadas para fazer carbonato de cálcio, que depois é moldado em forma de coral, em impressoras 3D. No fim, estes protótipos são colocados no mar para desenvolver novos recifes.
Normalmente, a produção de carbonato de cálcio exige grandes temperaturas, o que pode ser contraproducente para as alterações climáticas, levando a mais emissões. Mas o método destes estudantes produz carbonato de cálcio a partir do CO2 que já existe no ar, explica à SkyNews Ariane Goudie, estudante do terceiro ano de Física: “O nosso projeto está a sugar CO2 da atmosfera para produzir carbonato de cálcio.”
Como com todas as ideias que se propõem resolver problemas associados às alterações climáticas, também este projeto só fará a diferença se for encontrada uma forma de massificar a produção. A Grande Barreira de Coral cobre uma área 3,7 vezes maior do que Portugal.